A controversa estratégia do Corinthians de vender cotas de sua camisa aos torcedores ganhou uma nova versão no Avaí, recém-promovido à Série A do Campeonato Brasileiro. Seguindo o mesmo modelo de loteamento utilizado pelos paulistas, o clube irá ?imortalizar? o nome de empresas ou pessoas físicas em um painel que será fixado no Estádio da Ressacada com os dizeres ? Onde tem A tem Agradecimento?. A idéia foi colocada no papel em outubro, quando os 205 conselheiros catarinenses se comprometeram a buscar ?micro-investidores? para levantar os recursos necessários para manter o Avaí até o fim do ano. Em reunião extraordinária, ficou acertado que cada um deles deveria apresentar uma empresa ou torcedor disposto a pagar, no mínimo, R$ 1 mil por uma cota. Para não repetir o fiasco da ação corintiana, o Avaí optou pela flexibilidade. O tamanho do painel poderá ser diminuído ou ampliado de acordo com a aceitação da campanha, que irá vigorar até o fim de dezembro. Dos quatro mil lotes que foram colocados à venda pelo Corinthians, apenas 697 foram comercializados. A saída encontrada pelo clube foi fazer um ?replay? das fotos dos torcedores que compraram os espaços. ?Inicialmente, a idéia é arrecadar R$ 205 mil. Mas pode acontecer de um conselheiro vender mais de um lote, aí teremos de aumentar o espaço. Também pode acontecer de alguém ficar sem vender nada, e aí vamos diminuir o painel. Nosso caso tem flexibilidade?, afirma Amaro Lúcio, diretor de marketing do clube, destacando que seis empresas já aderiram ao projeto, lançado há uma semana. Cada contribuinte irá receber uma camisa comemorativa com a frase ?Eu ajudei o Leão a subir para a Série A? e o seu nome ou logomarca grafados. Os conselheiros também serão contemplados com o brinde. Enquanto busca meios para se manter até o fim da temporada, o clube já renegocia seus contratos de patrocínio visando a elite do futebol nacional. Atualmente, o Avaí possui cinco patrocinadores (Unimed, Pauta Distribuidora, Cimed, Cecomtur Executive Hotel e Champs) e outros 26 parceiros comercias. O objetivo é multiplicar por cinco o faturamento atual, não revelado por Amaro. ?Nós vamos ter um orçamento para um clube da Série A e precisamos cobri-lo. Vamos atrás de receitas que cubram esse orçamento. Evidentemente, temos a noção de que estamos em um novo patamar, ganhamos um plus em exposição de marca,em licenciamento e em todas nossas as propriedades de patrocínio?, conclui o executivo, que afirma ainda não ter estimativas de quanto o retorno à elite após 30 anos irá render para os cofres do Avaí.