Principal voz ativa contra os gastos exagerados da Fórmula 1 nos últimos anos, Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), não mostrou o mesmo otimismo de Bernie Ecclestone, mandatário da Formula One Management (FOM), que detém os direitos comerciais da categoria. Ao contrário do adversário político, Mosley acredita que a saída da Honda, oficializada na última sexta-feira, pode criar um ?efeito dominó? pela dependência das montadoras. ?Eu esperava que uma das grandes equipes saísse em algum momento porque, mesmo antes da situação atual, os custos estavam completamente fora de controle?, disse o dirigente, em entrevista à agência ?Reuters?. Responsável por vários alertas, Mosley foi o principal incentivador do motor padrão, adotado também na semana passada após um acerto com a Cosworth. A principal crítica do dirigente tem a dependência da indústria automobilística, um dos setores da economia mais afetados pela crise financeira, como alvo. ?A não ser que possamos demonstrar aos diretores dessas grandes empresas que os custos estão sendo reduzidos, eu não duvido que eles comecem a discutir a possibilidade de sair da Fórmula 1?, disse Mosley. O posicionamento crítico é diferente do discurso adotado por Ecclestone, que tem divergido de Mosley em pontos importantes nos últimos anos. Após o anúncio da saída da Honda, na sexta-feira, o presidente da FOM minimizou a import”ncia da instabilidade financeira para o futuro da categoria. ?Acho que a Fórmula 1 não está em uma crise maior do que as outras companhias. O mundo está em crise, mas não vai parar. Isso é certo, o mundo não vai parar?, disse o dirigente à ?BBC?. Com a saída da Honda, que investiu cerca de US$ 1,5 bilhão (R$ 3,6 bi) nos últimos cinco anos, a principal competição automobilística do mundo fica com nove equipes, sendo que todas elas possuem montadoras como sócias ou parceiras no fornecimento de motores.