Protagonista do imbróglio do último fim de semana que retirou Wagner Tardelli da escala para o jogo entre Goiás e São Paulo, que selou o fim do Campeonato Brasileiro, a Federação Paulista de Futebol se pronunciou a respeito da polêmica. Responsável pela denúncia ao Ministério Público que deu origem à confusão, o presidente Marco Polo del Nero deu a entender que espera que o clube do Morumbi volte atrás depois de ter rompido com a entidade. ?Acho que daqui a algum tempo isso vai mudar. Hoje existe um legítimo campeão, e nada pode tirar o título do São Paulo. Nós não rompemos com eles. Inclusive, queremos o Morumbi como estádio para a Copa de 2014?, disse o dirigente, em entrevista coletiva. No domingo, pouco antes do jogo, vários responsáveis pelo São Paulo falaram em um corte de relações com a FPF. Athaíde Gil Guerreiro, membro da diretoria do clube do Morumbi, possuía um cargo de vice-presidente na entidade, mas abdicou do mesmo por entender que a atitude de Marco Polo del Nero foi ?pueril? e com o intuito de desestabilizar o torneio. ?Na sexta-feira à noite, recebi um telefonema da minha secretária, Lilian, informando que uma secretária do São Paulo havia informado a ela sobre um envelope que deveria chegar ao vice-presidente Reinaldo Carneiro Bastos. Esse envelope, segundo a secretária, deveria ser entregue para o árbitro?, disse o mandatário da FPF. Segundo a diretoria do São Paulo, o referido vice-presidente da entidade teria solicitado ao clube uma quantia de ingressos para um dos shows da cantora Madonna, que acontecerão no Morumbi. Depois de ouvir do Ministério Público que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Comissão de Arbitragem é que deveriam tomar providências sobre o assunto, Del Nero teria procurado os dois órgãos, que decidiram pela substituição de Wagner Tardelli por Jaílson Macedo Freitas, por meio de sorteio. O São Paulo entendeu, no entanto, que o mal entendido poderia ser resolvido sem alarde caso o presidente da FPF tivesse procurado a diretoria tricolor antes de levar o caso ao MP, e por isso decidiu romper politicamente com a entidade. Apesar de continuar no Campeonato Paulista de 2008, o clube pode adotar uma postura ainda mais reticente quanto à disputa do Estadual, entrando em campo somente com jogadores reservas. “Somos obrigados por lei a isso [competir]. A entidade de prática [São Paulo] tem de ter relacionamento com a entidade que organiza [FPF], mas essa relação será só de formalidade. Pensamos seriamente na possibilidade [de entrar com reserva no torneio]”, disse Juvenal Juvêncio, em entrevista à coluna da jornalista Monica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”.