A seleção brasileira, tanto masculina quanto feminina, é hoje a principal vitrine da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Enquanto os dois times contam com uma forte estrutura e grandes investimentos por parte da entidade, a Superliga, principal competição da modalidade no país, tem um sucesso inversamente proporcional. Essa é a avaliação de Mauricio Lima, levantador medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 1992 e 2004, e um dos principais nomes do esporte brasileiro. Para ele, os clubes participantes da Superliga estão falidos, e a CBV nada faz para mudar esse cenário e fortalecer assim a sua própria competição. ?A CBV faz um trabalho magnífico, melhor do mundo e é a que dá melhor estrutura para uma seleção brasileira jogar campeonatos internacionais, mas em termos de clube não. Eu não sei o que acontece. A Superliga é uma das ligas mais fracas que existe, perde até para a França. Mas eu acredito que [a CBV] poderia olhar mais para os clubes, porque na minha opinião os clubes aqui no país estão falidos?, dispara o ex-atleta. Segundo Maurício, além da omissão da CBV com a Superliga e, principalmente, com os próprios participantes da competição, a situação do vôlei brasileiro é precária porque os grandes ídolos do país não jogam no Brasil, assim como acontece no futebol. Para ele, a situação econômica é a responsável. ?Eu acho que tem vários problemas, e um deles é o problema econômico que o país está vivendo. Todo mundo sai para jogar fora e disputar real com o euro é muito complicado?, afirma o ex-jogador. Mesmo com esse cenário desfavorável para a modalidade, o ex-atleta acredita que o vôlei ainda possui uma imagem positiva, o que favorece o investimento de empresas neste esporte. ?Podemos mostrar para as empresas que [o vôlei] é um grande negócio. A repercussão só de coisas boas, agradáveis, além da mídia espont”nea. Então o vôlei hoje é um grande negócio?, completa Mauricio. Anualmente, a CBV recebe cerca de R$ 30 milhões por conta do contrato de patrocínio com o Banco do Brasil. A entidade não confirma este valor ou mesmo quanto é destinado aos projetos com a seleção brasileira e com a Superliga. Procurada pela Máquina do Esporte, a CBV, por meio de sua assessoria de imprensa, disse ter contatado o atleta e que ele, Mauricio Lima, havia afirmado apenas que “A CBV poderia fazer uma Superliga mais forte se os atletas da seleção brasileira não estivessem no exterior. Mas este é um problema econômico do País”. Ao ser informada pela Máquina do Esporte que todas as declarações estavam gravadas, a entidade não emitiu mais nenhuma resposta.