A busca por um parceiro que pudesse viabilizar a construção e a manutenção do estádio Olímpico dos Jogos de Londres 2012 acabou. Depois de sofrer forte de rejeição do mercado e dos clubes de rúgbi e futebol da cidade, o Comitê Organizador e o Governo do Reino Unido decidiram que o poder público arcará com os custos. O prejuízo do Estado com a tomada de decisão deve girar em torno de 800 milhões de libras (R$ 2,6 bi) por ano, com poucas perspectivas de uso depois dos Jogos. A dist”ncia das arquibancadas para o gramado teria sido o principal ?repelente? dos clubes de futebol, que preferem o formato mais próximo, característico do modelo inglês. Sem movimentação garantida, o governo pretende implantar uma ?Universidade do Esporte? no local, que abrirá espaço para capacitação de profissionais e treinamento. O projeto ainda incluiria uma academia e duas escolas secundárias, segundo o jornal ?The Guardian?. ?Nós encontramos obstáculos insuperáveis para adequar o espaço às necessidades de um clube da Premier League. Mas nós teremos um conjunto de facilidades muito bom, que atenderá por muito tempo o atletismo brit”nico?, disse Boris Johnson, prefeito de Londres. A expectativa do Estado é que os lucros com outros aparelhos dos Jogos Olímpicos façam o contraponto das perdas no estádio. Enquanto isso não acontece, a atitude do governo brit”nico pode servir de exemplo para o Brasil, que irá sediar a Copa do Mundo de 2014. Enquanto deixa de lado as únicas propostas de sede com parceiros privados já estabelecidos, como Olímpico, Orlando Scarpelli, Ilha do Retiro e Arena Palestra Itália, o Comitê Organizador se aproxima de sedes com projetos indefinidos. Alguns dos principais estádios no páreo, como Beira-Rio, Castelão, Maracanã e Mané Garrincha não tem uma divisão orçamentária muito bem definida, que pode forçar a repetição do que aconteceu nos Jogos Pan-Americanos. Na ocasião, o Governo Federal assumiu a maior parte dos débitos e multiplicou o projeto financeiro do Comitê Organizador do evento.