A polêmica sobre os uniformes dos árbitros, que ganhou espaço na imprensa depois do início da Copa Kia do Brasil, ganhou mais um capítulo importante nesta sexta-feira. Incomodada com a pressão feita pela CBF sobre os árbitros, que foram coagidos a vestir Penalty no meio de semana, a Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) se escora em um suposto aval da entidade para fazer valer um contrato com a Diadora. O argumento, apresentado por Jorge Paulo de Oliveira, presidente do órgão, é de que as negociações com a marca italiana só foram adiante, no fim do ano passado, pelo incentivo da CBF. Depois de um tempo, a entidade-mor do esporte parece ter mudado de opinião. ?Nós até publicamos a troca de e-mails no nosso site. O Sérgio Correa [presidente da Comissão Nacional de Arbitragem] fez reuniões com os executivos da Diadora e os autorizou a fecharem com a gente. Se não fosse isso, o negócio não teria ido adiante?, disse Jorge Paulo de Oliveira, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte. Segundo o site ?Voz do Apito?, que representa a Anaf na internet, Juliano Colares, supervisor de marketing da Diadora, enviou uma minuta de contrato para Correa, avisando que os uniformes seriam trazidos da Itália imediatamente. Na sequência, o responsável pela arbitragem na CBF teria respondido positivamente ao pedido. ?Dentro do que foi tratado e em conformidade com as exigências Fifa sobre uniformes, da parte da CA-CBF está de acordo e, neste momento, apenas a parte formal da entidade será respondida/assinada por quem de direito?, teria dito Sergio Correa, segundo o ?Voz do Apito?. Na prática, o dirigente tomou atitude distinta. Na última quarta-feira, data de estreia da Copa Kia do Brasil, todos os árbitros escalados foram informados de que a opção pela Penalty, tradicional fornecedora da CBF, seria a mais ?adequada?. A Anaf entendeu a atitude como coação. ?Olha, quando o presidente da Conaf liga para você e diz que acha bom você usar tal marca, por mais que ele tenha boas intenções, vai ser interpretado como um aviso?, disse Jorge Paulo, que ainda falou sobre a situação contratual entre CBF e Penalty. Segundo ele, o compromisso teria expirado no fim de 2008 e não teria sido renovado. A fabricante, no entanto, contesta a tese. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, o compromisso com a CBF continua valendo normalmente. A entidade também foi procurada, sem sucesso, pela reportagem.