A lista de convidados incluía nomes como Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Orlando Silva Júnior, ministro do Esporte, e José Serra, governador de São Paulo, que chegou ao local de helicóptero. Na estrada, policiais militares e rodoviários ratificavam o grande porte do evento. Cercada de euforia pela apresentação de seu centro de treinamentos, a Traffic resolveu propalar sua condição de modelo para o esporte nacional. A empresa de marketing esportivo inaugurou nesta terça-feira a matriz de sua academia para formação e preparação de atletas. O local foi construído em Porto Feliz, cidade que fica a 100 quilômetros de São Paulo. Com 156 mil metros quadrados e cinco campos oficiais, consumiu orçamento entre R$ 16 milhões e R$ 18 milhões (as contas ainda não foram fechadas oficialmente) para abrigar até 144 atletas e 48 profissionais de comissões técnicas. ?Nós estamos mostrando que o futebol e que o esporte no Brasil não têm outra saída senão o profissionalismo. Abraçamos um conceito sério, de muito trabalho e muita dedicação, para formarmos profissionais cada vez melhores. Essa é uma ideia que vai ser modelo para muitos no Brasil?, projetou J. Hawilla, dono da Traffic. A academia de Porto Feliz servirá como base para o Desportivo Brasil, equipe formada a partir dos jogadores captados pela empresa de marketing esportivo. Além disso, a companhia usará o centro para disseminar seu conceito de formação de atletas, baseado em aulas de reforço, regras rígidas de disciplina e noções de inglês. ?Queremos que esses meninos cresçam como pessoas?, resumiu o presidente da Traffic, Júlio Mariz. O mais curioso, contudo, é que a iniciativa da Traffic não carrega grande inovação. Anteriormente, empresas como Pão de Açúcar e Red Bull criaram academias no Estado de São Paulo para formar jogadores e sustentar suas equipes da base ao profissional. O que chama atenção na comparação entre esses projetos e a estrutura criada pela Traffic é a imponência do centro de treinamentos inaugurado nesta terça-feira. Prova disso é que a empresa já fala em expandir a ideia com a criação de franquias em outras regiões do Brasil. ?Nós acreditamos que o futebol só pode ser feito com grande profissionalismo, e é isso que norteou todo o nosso projeto no futebol. Criamos toda a infra-estrutura necessária para a formação completa dos garotos?, finalizou Hawilla. Além da equipe própria, a Traffic atua no futebol como parceira de alguns clubes. Um deles é o Ituano, que está alojado nas dependências do centro de treinamentos de Porto Feliz até o fim do Campeonato Paulista. O Palmeiras também recebe aporte da empresa.