A Lei do Incentivo está entrando no seu terceiro ano de vida, e cada vez mais confirma a tendência de facilitadora da vida dos grandes proponentes em detrimento dos projetos menores. Mesmo diante desse cenário de inversão de valores, a avaliação de Orlando Silva Jr., ministro do Esporte, é positiva, acreditando que a contrapartida social também pode vir dos ricos. ?Nesse período, a avaliação que eu faço da Lei de Incentivo é positiva. Nós tivemos mais de R$ 130 milhões para o esporte, espalhados por 18 estados?, disse o ministro Orlando Silva Jr., durante evento no clube paulistano. Baseada na Lei Rouanet, que prevê sistema semelhante para o apoio à cultura, a Lei de Incentivo ao Esporte permite que empresas destinem até 1% de seu Imposto de Renda devido ao fomento do setor. No caso de pessoas físicas, o número sobe para 6%. A contrapartida, que pesa na escolha dos projetos, é a exposição de mídia e o caráter de patrocínio que o proponente concede à marca. Em um universo de tantos planos, no entanto, faltam recursos, e os interessados tem de fazer uma opção. Por motivos óbvios, grandes entidades como o Comitê Olímpico Brasileiro, o São Paulo Futebol Clube e o Esporte Clube Pinheiros, alguns dos principais captadores de recursos, se destacam diante de ?adversários? que preveem ações sociais em bairros pobres, por exemplo. ?É claro que o principal objetivo das empresas é o alto rendimento, que traz um retorno muito maior que o social. Mas houve um crescimento nessa área também, e nós estamos tentando, cada vez mais, ligar o alto rendimento com o social. O Pinheiros, por exemplo, foca nos Jogos Olímpicos, mas também ajuda crianças da região?, concluiu o político.