Com dificuldades financeiras, o Atlético Mineiro encontrou em dois canais alternativos uma boa fonte de receita. Por meio de contas de luz e mensagens de texto de telefones celulares, o clube mineiro consegue uma renda de cerca de R$ 100 mil por mês. O projeto envolvendo a conta de luz foi desenvolvido em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Todas as pessoas atendidas pelo serviço da empresa têm a opção de fazer doações, que vão de R$ 5 a R$ 30, diretamente no débito do boleto. “Nós começamos em janeiro essa ação e, em três meses, ganhamos R$ 210 mil, com mais de 17 mil pessoas contribuindo. Nós fomos os idealizadores desse projeto, então apenas o Atlético-MG tem essa parceria com a Cemig. Mas com o sucesso, os outros clubes também devem procurar a Cemig para fazer ação semelhante”, diz Álvaro Cotta, diretor de marketing do Atlético-MG. A outra fonte de receita explorada pelo clube mineiro é o telefone celular. O Atlético-MG tem uma parceria até o próximo mês com a Telemig Celular para a distribuição de conteúdo próprio, com uma arrecadação média de R$ 30 mil mensais. “O contrato de exclusividade com a Telemig Celular termina em maio e, partir daí, iremos negociar esse projeto com outras operadoras. Com isso, esperamos crescer cerca de 300% até o fim do ano”, afirma Cotta. Atualmente, o “Galo Celular”, como é chamado o projeto, conta com 12 mil assinantes. Esses torcedores se cadastraram para receber mensagens com notícias do dia-a-dia do clube, além de informações em tempo real sobre gols e escalações do time na hora dos jogos. Cada SMS custa R$ 0,08 e, em média, são enviadas cinco por dia. “O Atlético-MG e a Aorta [empresa geradora de conteúdo responsável pela integração tecnológica com a operadora] ficam com 50% da receita líquida, enquanto a Telemig Celular fica com os outros 50%. Dessa forma, o clube fica com 30%, a Aorta com 20%, 10% são usados para a divulgação do projeto e o restante vai para a operadora”, explica o diretor de marketing do clube. Por mais que possa dar a impressão de que o Atlético fica com uma porcentagem pequena, o dirigente do clube se apressa em explicar que essa divisão é praticamente padrão neste tipo de acordo. “Todo contrato de venda de conteúdo com as operadoras de celular, independentemente se é no futebol, é feito nesses termos. As operadoras sempre ficam com 50% a 60% da receita. Então é um bom negócio para o Atlético”, completa Cotta.