A realização dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro será o principal evento esportivo do calendário de muitas modalidades. Os esportes aquáticos estão nesse grupo e, ciente disso, a Confederação Brasileira de Desporto Aquático (CBDA) pretende aproveitar os holofotes para aumentar sua receita. Apesar de ter um contrato de patrocínio com os Correios, que gira em torno de R$ 8 milhões anuais, a CBDA negocia outros acordos para modalidades específicas. ?O Pan valoriza o esporte brasileiro de uma maneira tão acentuada que nunca nenhum evento brasileiro vai fazer a mesma coisa. Por conta disso, duas empresas nos procuraram interessadas em patrocinar o nado sincronizada e outra quer o pólo aquático. Tudo graças ao Pan?, revela Coaracy Nunes Filho, presidente da CBDA. O mandatário da entidade não divulgou o nome das empresas ou os valores envolvidos, mas caso as interessadas concretizem o negócio, elas deverão seguir normas estabelecidas pelos Correios para patrocínios às modalidades aquáticas. ?O Correio é uma mãe e, sem ele, a natação brasileira não existiria. Todas as empresas para assinar precisam da aprovação dos Correios, pois a estatal só permite um co-patrocinador para cada modalidade?, explica Coaracy. Algumas dessas restrições impostas pelos Correios para o patrocínio das modalidades também atinge os atletas. Qualquer empresa que queira se associar individualmente a algum nadador que esteja ligado à CBDA precisa ser aprovada pela entidade. Esse foi o caso da Samsung, que no último mês fechou acordo com as gêmeas Bia e Branca Feres, que integram a seleção brasileira de nado sincronizado. ?Elas foram procuradas pela Samsung e então trouxeram a proposta para mim. Todos os atletas têm que comunicar a CBDA, porque os Correios bancam todas as viagens e dá todo apoio a eles. Então ninguém pode assinar patrocínio individual sem consultar a CBDA?, dispara o presidente da entidade. Mesmo com essa dificuldade, a dupla do nado sincronizado comemorou a assinatura do contrato com a empresa de eletrônicos. ?Esse é o nosso primeiro patrocínio individual, então estamos muito felizes com isso. A gente espera agora que, com o Pan, o nado sincronizado ganhe mais mídia e que a gente consiga outros patrocínios?, diz Bia.