Alan Pardew, técnico inglês com passagem por Newcastle e Crystal Palace, pediu demissão do CSKA Sofia por um motivo triste e inusitado: o racismo dos torcedores contra jogadores do próprio clube.
O treinador decidiu sair após alguns membros da torcida jogarem bananas em quatro jogadores negros do time e os atacarem com insultos racistas antes de um jogo em casa contra o Botev Plovdiv. O caso ocorreu em 19 de maio, mas a decisão de Pardew de sair aconteceu na semana passada.
O treinador foi contratado pelo CSKA Sofia como diretor técnico em novembro de 2020. Em abril, tornou-se treinador do time, dono de 31 títulos do Campeonato Búlgaro, sendo o maior campeão da história do país.
Os eventos antes e depois da partida contra o Botev Plovdiv foram inaceitáveis não apenas para mim, mas também para meu assistente Alex Dyer e para meus jogadores.
Decisão de sair
Os torcedores haviam ficado irritados com a derrota para o Levski Sofia, rival local, na final da Copa da Bulgária, uma semana antes. Diante do incidente, Pardew disse que precisava tomar uma posição.
“Os eventos antes e depois da partida contra o Botev Plovdiv foram inaceitáveis não apenas para mim, mas também para meu assistente Alex Dyer e para meus jogadores”, afirmou o treinador.
Zagueiro e meio-campista nos anos 1980 e 1990, Dyer foi o primeiro homem negro a exercer a função de assistente técnico no CSKA.
“Esse pequeno grupo de torcedores organizados racistas que tentaram sabotar o jogo não são os torcedores do time que quero treinar. Esse definitivamente não é o caminho certo para o CSKA, porque esse clube merece muito mais. Foi um privilégio e uma honra servir a este grande clube. Infelizmente, meu tempo aqui chegou ao fim”, lamentou o treinador.
O CSKA Sofia conta com três brasileiros no elenco: o goleiro Gustavo Busatto (ex-Grêmio), o lateral-esquerdo Geferson (ex-Internacional) e o atacante Maurício Garcez (ex-Brusque). Para o lugar de Pardew foi contratado o sérvio Saša Ilic.