Apresentado oficialmente nesta quinta-feira, o patrocínio da Gillette à Confederação Brasileira de Futebol transformou-se em bandeira da entidade para seu plano de marketing. A fabricante de produtos de higiene pessoal assinou com a instituição até 2010, em contrato que não teve valores divulgados. ?Acho que podemos ter a pretensão de colocar que o nosso gerenciamento de marketing vem obtendo resultados positivos e que exerce papel fundamental para o acréscimo de patrocínios?, enalteceu Ricardo Teixeira, presidente da CBF. O discurso enfático do mandatário é endossado pela evolução nos números da entidade. Publicado na última quinta-feira, o balanço oficial da CBF de 2008 registrou lucro de R$ 32 milhões (no ano anterior, o superávit havia ficado em R$ 10,4 milhões no mesmo período). A receita de patrocínio subiu de R$ 65 milhões para R$ 104 milhões. Esse montante ainda não registra o aporte proporcionado pela Gillette, que será registrado apenas na próxima edição do balanço. ?Trata-se de um grande parceiro, que vai dar uma ajuda substancial aos nossos projetos. É uma honra vincular nossa marca à maior empresa do segmento?, declarou Teixeira. A evolução na arrecadação de patrocínio que a CBF divulgou em seu balanço tem como principais explicações as renovações de contratos com Nike e Vivo e o novo patrocínio do banco Itaú. Os acertos com a instituição financeira e com a Gillette, contudo, não encerraram a avidez da entidade por parcerias. ?O aumento com a Vivo já estava sendo negociado antes de a Copa de 14 ser confirmada para o Brasil. Depois da Copa, fechamos com Itaú e Gillette. Ainda temos espaços comerciais para novos contratos com empresas que tenham valor significativo para seus mercados?, explicou o presidente da CBF. A entidade ainda não tem noção do impacto financeiro que os novos contratos causarão em suas contas ? em 2006, por exemplo, a CBF registrou prejuízo de R$ 22 milhões. Sem uma perspectiva clara de incremento no superávit, a instituição também não demonstra clareza sobre a distribuição das receitas. ?A divisão vai ser definida pelo nosso departamento técnico. A seleção brasileira já possui gastos significativos, mas vamos realocar toda essa receita em ações que possibilitem o crescimento do nosso futebol?, avisou Teixeira.