A Rip Curl apresentou à imprensa, na última terça-feira, o H-Bomb, uma roupa de borracha para surfe que conta com um aquecedor elétrico e que deve ser uma espécie de LZR Racer da modalidade. O diferencial tecnológico, porém, dificilmente será vantagem nas grandes competições de águas quentes, e chegará, então, para ratificar a busca pela onda perfeita que norteia o marketing da marca. A ideia com o produto é superar o problema da temperatura nos mares mais frios. Dotado de uma placa de tit”nio, fios de carbono e uma bateria elétrica, o modelo é capaz de manter o surfista aquecido até em temperaturas inferiores a 0ºC. Teoricamente, o poder desse diferencial seria semelhante àquele conquistado pela Speedo nos últimos anos. Com o modelo LZR Racer, construído em parceria com a Nasa, a marca australiana conseguiu uma chuva de recordes nos Jogos Olímpicos de Pequim e dominou completamente o mercado da natação. No surfe, no entanto, a vantagem não será vista nas competições. Com raras exceções, os grandes circuitos passam por lugares menos gelados, onde o H-Bomb não garantirá tanta vantagem prática. ?O foco não é a competição. Nós vamos manter a filosofia da marca, que sempre busca a experiência perfeita nas águas. Os testes do produto, por exemplo, foram feitos em lugares assim, como o Alaska e o Canadá?, disse Caio Umehara, diretor de marketing da Rip Curl. Há alguns anos, a Rip Curl trabalha com o conceito ?The Search?, que incentiva a busca pelas condições em questão. Paralelamente, a marca vai ter de trabalhar com as altas temperaturas do litoral brasileiro, que reduzem a expectativa de comercialização das roupas, que custam R$ 5 mil cada, no país. ?Nós vamos ter poucas unidades e somente nove lojas, que foram selecionadas a dedo, vendendo esse artefato, que deve ser comprado por aquele surfista que viaja muito?, disse Patrick Winkler, diretor de produtos da Rip Curl.