Os dois últimos meses foram marcados pela saída de uma série de patrocínios do vôlei brasileiro. A lista conta com Finasa, Brasil Telecom, Unisul e Ulbra, que investiam na modalidade. As mudanças, porém, não contagiaram a gestão do Blausiegel/São Caetano. Num período marcado por mudanças dos investidores e crise financeira internacional, a companhia farmacêutica adotou a contramão e ampliou seu investimento. A decisão foi tomada durante as conversas para manutenção da parceria entre a empresa e o São Caetano, que começou na temporada 2008/2009 e será mantida até 2010. Além de manter o trio campeão olímpico com a seleção brasileira em Pequim, formado por Fofão, Mari e Sheila, a equipe contratou a cubana Regla Bell, medalhista de ouro nos Jogos de Barcelona-1992, Atlanta-1996 e Sidney-2000. ?Nós conversamos internamente na empresa, e tomamos a decisão de não participar da crise. Para isso, mantivemos nosso aporte em marketing e novos negócios. Lançamos novos produtos e também mantivemos nossa participação de mercado?, explicou Marcelo Hahn, CEO da Blausiegel. No ano passado, a despeito de contar com três jogadoras da seleção brasileira campeã olímpica, o time sediado em São Caetano não conseguiu atrapalhar a hegemonia de Rexona/Ades e de Finasa no vôlei feminino. Por conta disso, o Blausiegel entregou o comando técnico a Mauro Grasso, que vinha trabalhando no masculino, e fez uma série de mudanças no elenco. A nova formação foi apresentada na última quinta-feira, em evento realizado em São Paulo, e serviu para reafirmar a empolgação da empresa com o voleibol. ?Acredito que só o investimento no time não é suficiente e não dá retorno, mas você pode ter resultados positivos se fizer todo um trabalho?, completou Hahn. Segundo o dirigente, a exposição alcançada pela Blausiegel no ano passado representou R$ 45 milhões, valor oito vezes superior ao investimento da empresa para a formação e a manutenção da equipe. ?Nunca sequer conversamos sobre deixar o patrocínio. Mantivemos os objetivos de montar uma equipe competitiva e de brigar para estar na final na próxima edição da Superliga?, discursou o CEO. O mais curioso é que o ímpeto e a empolgação da Blausiegel com sua participação no vôlei não esbarram sequer em uma reclamação comum a algumas das empresas que saíram da modalidade. Apesar de admitir frustração por não ter seu nome citado nas transmissões da TV Globo, detentora dos direitos da Superliga, a marca farmacêutica minimiza o impacto disso para seu planejamento de marketing. ?É claro que é frustrante, mas isso não pode ser um empecilho. Não sei se outras empresas pensam assim, mas nós usamos o esporte de uma forma total. Patrocinamos a equipe, o ginásio, os intervalos e as competições. Também aproveitamos para fazer ações importantes de relacionamento. Aproveitamos a abertura que o São Caetano nos dá, que é praticamente de uma co-gestão?, encerrou o dirigente da Blausiegel.