Depois de 16 anos, a era Max Mosley à frente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) chegará ao fim em outubro. Por meio de uma carta enviada à imprensa, o brit”nico confirmou nesta quarta-feira que não irá se candidatar à reeleição para comandar a entidade. No texto, o dirigente disse que quer dedicar mais tempo à família e cita a morte do filho Alexander, em maio, vítima de suposta overdose de drogas, como um dos fatores que o levaram a desistir de tentar seu quinto mandato na FIA. “Há alguns meses, eu comecei a pensar em como ficaria minha vida familiar após o próximo mês de outubro. Também informei a membros da FIA que eu não me candidataria. Reeleger-me agora complicaria minha vida particular e seria incompatível com minhas obrigações familiares, particularmente após nossa perda recente. Além disso, eu tenho sentido que preciso trabalhar menos. Afinal, completarei 70 anos no ano que vem”, escreveu Mosley. A saída do dirigente já vinha sendo especulada desde o ano passado, após o tablóide ?News of the World? divulgar uma matéria em que o atual presidente da FIA aparecia envolvido em uma orgia com prostituas e com temas nazistas. Depois disso, Mosley foi pressionado pela ?guerra? entre a FIA e a Associação de Equipes da Fórmula 1 (Fota) sobre o regulamento da temporada de 2010. Na semana passada, Mosley, inclusive, teria dito que não abandonaria o cargo se não houvesse entendimento entre as duas entidades. A assinatura do novo Pacto de Concórdia, prevista para os próximos dias, no entanto, dará tranqüilidade para o seu afastamento definitivo. Na carta enviada à imprensa, o brit”nico declarou seu apoio a Jean Todt, ex-chefe da Ferrari, nas eleições. O francês, porém, ainda não oficializou sua candidatura. O único pré-candidato confirmado é o finlandês Ari Vatanen, campeão mundial de rali em 1981. “Acredito que a pessoa certa para conduzir este grupo seja Jean Todt. Jean é, inquestionavelmente, o melhor dirigente de esportes a motor da sua geração e talvez até de todos os tempos. Se ele concordar em se candidatar, acredito que será a pessoa ideal para continuar e até estender o trabalho realizado nos últimos 16 anos. Ele pode interagir em todas as áreas da FIA?, disse Mosley, que também comentou sobre Vatanen: “Ele é uma pessoa que sugere novidade, e renovar o mundo do esporte é algo desejável agora. Foi um grande piloto e um campeão mundial, por isso creio que entende bem a competição. Também tem sido um político de êxito [integrou o Parlamento Europeu], e isso é um adendo, porque há muita política na F-1, no automobilismo e na FIA”, concluiu o dirigente.