O Instituto Trata Brasil e a Fundação Getúlio Vargas lançaram, há duas semanas, uma pesquisa sobre as condições de saneamento básico das principais cidades do país, e avaliaram que as sedes do Mundial de 2014 precisam de um investimento de cerca de R$ 7 bilhões. Visto sempre como um problema dos subúrbios, a falta de uma rede de esgoto pode criar, por exemplo, problemas para capitais do Nordeste. ?Naturalmente, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília estão acostumadas com um volume de pessoas muito grande. Mas há locais do Nordeste e do Norte, por exemplo, que já operam com a capacidade máxima, que vai quase dobrar no período da Copa?, disse Otávio Santoro, especialista em gestão de água e esgoto. Na avaliação da FGV, Belo Horizonte (com 97,05% da população bem atendida), São Paulo (88,52%), Salvador (87,77%) e Rio de Janeiro (83,73%) são as quatro mais bem equipadas. As regiões citadas por Santoro, por exemplo, dominaram quatro das cinco últimas posições do ranking. Porto Alegre (49,29%), Recife (47,12%), Cuiabá (41,21%), Manaus (34,98%) e Natal (21,26%) ficaram no pior lado da conta. O caso de Salvador, porém, pode servir como exemplo de que ainda há tempo para mudanças. ?A capital baiana mostrou, nos últimos anos, que com a conscientização da população e boa gestão política, é possível melhorar os índices de qualidade de vida por meio do investimento em saneamento básico?, disse Marcelo Neri, pesquisador da FGV.