Para sediar a 20ª edição da Copa do Mundo em 2014, o Brasil terá de se submeter ao controle da Fifa. De acordo com o “Caderno de Encargos para o Mundial”, a entidade máxima do futebol vai ficar com a maior parte das rendas do evento e terá que aprovar todos os gastos da organização da competição. A notícia foi publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo” desta sexta-feira, que teve acesso ao documento. Quase todas as receitas geradas pela Copa, como direitos de TV, patrocinadores principais, ingressos, exploração de hotéis e estádios, serão de direito da organização dirigida por Joseph Blatter. A cargo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ficará a busca por patrocinadores locais. Os possíveis acordos, no entanto, deverão ter o aval de Zurique. Da mesma forma, todos os contratos do comitê organizador (a ser criado) acima de US$ 500 mil (R$ 1 milhão) deverão ser aprovados pela Fifa. Segundo a reportagem, a Fifa deverá fazer repasses periódicos ao comitê. O primeiro aporte deve ser de US$ 400 milhões (R$ 815 milhões). Na lista de obrigações da CBF ainda constam itens como o pagamento do Congresso da Fifa, custos de sorteios e da Copa das Confederações, um escritório no centro do Mundial e outros nas subsedes, um centro de mídia, hospedagens de funcionários e até passagens aéreas domésticas. Em novembro, logo após o anúncio oficial da sede, a CBF terá de injetar US$ 10 milhões (R$ 20,4 milhões) no comitê organizador. Apesar do valor, a entidade brasileira não poderá sequer ter o controle sobre os estádios que serão utilizados na Copa. Mesmo sendo responsáveis pela construção e reforma das sedes, a CBF e os governos locais deverão submeter à Fifa todos os projetos relacionados às arenas. Ainda de acordo com a publicação, “o estádio e um entorno de 2 km deverão ser entregues para exploração da Fifa. Até o uso de veículos públicos e outdoors são direitos de marketing da entidade”.