Há quase quatro meses do término da atual temporada, o Vitória já começou a pensar em 2010. Resignado com a dificuldade para encontrar patrocinadores em virtude da retração que o mercado teve neste ano, o departamento de marketing rubro-negro decidiu focar suas negociações para fortalecer o caixa na próxima temporada. Esse direcionamento vale tanto para a cota máster de patrocínio, vaga desde o início do ano, quanto para o fornecimento de material esportivo. A despeito de ter rompido o contrato com a Champs, que tinha validade até o término da temporada, o Vitória seguirá usando uniformes da marca neste ano. O adiamento na definição sobre patrocínios dará ao Vitória a oportunidade de desenhar um plano de marketing diferente e fazer um estudo sobre as pretensões de seus parceiros para a próxima temporada. A ideia da diretoria não é apenas encontrar empresas que desembolsem um bom montante, mas que tenham uma estratégia condizente com os objetivos de comunicação e mercado da equipe baiana. ?A proposta que nós temos para os patrocinadores está mais ou menos casada com o que pretendemos para a temporada, que é buscar um posicionamento como uma das equipes mais tradicionais do futebol brasileiro. Queremos parceiros que tenham projetos de comunicação e fortalecimento da marca. Vamos levar essa proposta para as agências em setembro, e não analisaremos apenas o lado financeiro do que for oferecido?, disse Ricardo Azevedo, diretor de marketing do Vitória. A diretoria do clube baiano já até traçou uma programação sobre os patrocínios para a próxima temporada. Como existe um prazo mínimo de 60 dias para a produção de todo o enxoval de material esportivo, o Vitória espera assinar contratos para 2010 até o dia 30 de setembro deste ano. A data limite para fechar o desenho das novas camisas é 10 de outubro, e o lançamento da coleção deve acontecer em 5 de janeiro. Quanto ao material esportivo, o mais provável é que o Vitória feche com a empresa italiana Givova, que pretende entrar no mercado brasileiro. A grande preocupação do clube para concluir o negócio, que está em estágio avançado, é ver qual postura a fabricante assumirá no país. ?Buscamos saber o posicionamento deles. Se eles forem algo de terceiro nível ou em diante, não temos interesse. Inicialmente, o ponto principal nesse aspecto é a qualidade do material. Esperamos um produto top, diferenciado, com uma grife?, relatou Azevedo. Já a cota máster de patrocínio deve ser preenchida neste ano com acordos pontuais. O Vitória já usou esse expediente durante a temporada, quando expôs a empresa imobiliária OAS-Gafisa e a HDI Seguros. Os patrocínios pontuais são um paliativo que a diretoria do Vitória encontrou para amenizar a falta de receita pela ausência de patrocínio. A previsão do clube era lucrar R$ 2,5 milhões em 2009 com a cota máster, mas só 20% ou 30% desse valor foi alcançado. A fabricação de material esportivo possuía uma previsão orçamentária de R$ 1 milhão, mas a equipe também só atingiu 40% disso. ?Para nós isso é um problema muito sério. Há um impacto direto no planejamento, e por conta disso as contratações ficaram comprometidas. Temos carência em algumas posições, mas por seriedade da diretoria nós não faremos investimentos. Estamos prontos para assumir os riscos desse tipo de gestão financeira, e a contratação do [técnico] Vágner Mancini faz parte disso. Ele já conhece o grupo e pode explorar o potencial dos garotos. Terminamos a temporada passada com um superávit de R$ 120 mil, sem dívidas, e não gostaríamos de dar um passo atrás. Vamos entender se acontecer porque não existe mágica em negócios, mas tentaremos amenizar?, concluiu Azevedo.