A conversa recente que Romário e Neymar tiveram viralizou nas redes e não é para menos: pela própria personalidade do “Baixinho”, as perguntas e respostas foram além do clichê e os torcedores, fãs e especialistas do esporte puderam extrair muitos elementos dessa entrevista, desde a polêmica com Rivaldo até uma opinião sincera sobre Mbappé.
O jogador do Al-Hilal também falou sobre a Copa de 2026 e suas expectativas. Mas, afinal, entre aqueles que acreditam que Neymar é o que falta para “consertar” a Seleção atual e os críticos que destacam o fato de ele estar mais de 400 dias sem jogar somando as duas lesões, o que o Brasil pode esperar dele na competição mais sonhada pelo público?
Qual jogador Neymar é hoje? Entre o passado, presente e o futuro
Neymar é um craque único e dificilmente um jogador do seu patamar surgirá no Brasil nos próximos anos. Entretanto, a forma como sua carreira se construiu ao longo dos anos acabou frustrando boa parte dos torcedores e até mesmo alguns comentaristas de futebol.
Cercado por polêmicas e lesões, infelizmente, pelo menos até o momento, ele não é o favorito nas cotações dos jogos de hoje em casas de apostas. O motivo disso é simples: ele está em uma queda evidente em sua carreira, e com 34 anos, 2026 parece ser a sua última Copa do Mundo.
Mais além, ele gera uma inconstância ainda maior nas odds relacionadas a ele por um simples fato: somando suas últimas duas lesões, o jogador ficou mais de 400 dias sem jogar — ele se lesionou pela segunda vez logo em seu segundo jogo de volta pelo Al-Hilal. Atualmente, o “menino Ney” tem um bom tempo pela frente para se preparar para o momento em que ele chama de “A última dança” — ou seja, a última Copa do Mundo.
Entrevista com Romário e uma projeção positiva para o Brasil
A realidade é que Neymar pareceu bem lúcido ao falar da Copa do Mundo na entrevista com Romário. Ao ser questionado sobre as chances das Seleções na competição, ele escolheu Argentina, França e Espanha como as 3 favoritas. Sobre o Brasil, ele foi enfático: “A gente tem jogadores fortes para sermos campeões, mas a gente precisa se organizar primeiro”.
Além disso, ele adicionou que “se olhar peça por peça”, ele vê Vinicius Júnior como um dos melhores do mundo, junto a Rodrygo, e ainda vê que em todas as posições a Seleção tem jogadores em alto nível. Para finalizar, Neymar completou: “se organizar a casa” e “cada um fizer seu papel”, é totalmente possível que o Brasil coloque as mãos na taça novamente.
Um triste histórico de lesões e a dificuldade de projetar 2026
Segundo dados do Transfermarkt, Neymar é um dos recordistas em lesões quando comparado a outros craques mundiais. Veja uma simples comparação:
- Ronaldo Fenômeno, com uma carreira muito prejudicada por lesões que duraram até 500 dias, perdeu 1433 dias lesionado. Seu total de problemas físicos foi cerca de 10. Entretanto, ele começou sua carreira na década de 90, e atualmente, a prevenção de lesões está bem mais avançada.
- Cristiano Ronaldo e Messi tiveram mais lesões. O português teve 30, mas perdeu apenas 134 dias — um número fascinante. Já o argentino teve 47 lesões e perdeu 820 dias.
- Neymar, por fim, perdeu 1379 dias e teve mais de 30 lesões. Porém, Ronaldo já encerrou sua carreira, enquanto Messi e CR7 já tem 37 e 39 anos, respectivamente. Neymar ainda tem pelo menos 4 anos de carreira, teoricamente, e pode passar o próprio Ronaldo.
Esse histórico de lesões de Neymar é muito grande e relevante, e em 2025/26, isso o afeta mais que nunca, aparentemente. Na liga menos disputada que ele jogou na carreira, da Arábia Saudita, ele acabou não sendo inscrito pelo técnico Jorge Jesus.
O treinador disse que o craque não consegue acompanhar o time fisicamente – sendo que este campeonato não é um dos mais fortes nesse sentido. Por isso, é até possível acreditar que Neymar faça a diferença pela Seleção, entretanto, não nas condições atuais.
Um suspiro para os torcedores: Neymar relata estar motivado
Na conversa com Romário, Neymar respondeu positivamente à pergunta se ele estaria pelo menos perto de 80% ou até 100% de jogar em alto nível nos próximos meses. Além disso, disse estar motivado e essa ideia realmente repercute nos bastidores. Porém, acreditar com 100% de certeza que o ídolo do Santos será o mesmo de sempre em 2026 pode ainda ser uma grande cilada. Desse modo, como sempre, se o Brasil realmente quiser ganhar o torneio, mais vale se organizar enquanto coletivo, e não depender do talento individual.