A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lançou uma nota, nesta terça-feira (5), a fim de explicar a liderança do Brasil na lista dos países com as maiores quantidades de jogos ou eventos em que foram verificadas suspeitas de manipulação em 2023.
Um relatório divulgado nesta semana pela empresa de tecnologia de dados Sportradar, com sede na Suíça, mostrou o Brasil com 109 partidas com indícios de fraude no ano passado.
Do total de casos anômalos apontados pelo relatório, 15 foram em campeonatos organizados pela CBF, enquanto os outros 94 ocorreram em competições promovidas por federações estaduais. Os números do país são relativos a cerca de 9 mil jogos e eventos monitorados. O percentual de partidas suspeitas no Brasil ficou em 1,21%, superando a média global, que é de 0,63% para o futebol e de 0,21% na somatória das modalidades analisadas.
Na nota divulgada, a entidade máxima do futebol brasileiro afirmou crer que os dados do relatório “comprovam que a resposta às iniciativas da CBF e seus parceiros foi altamente positiva”.
Sobre a liderança do Brasil no ranking, a entidade atribui o fato à maior quantidade de jogos realizada no país no decorrer do ano.
“Mas, considerando apenas as partidas organizadas pela CBF, o percentual de jogos suspeitos está praticamente dentro da média global”, ressaltou o texto.
A entidade também fez questão de destacar a queda de quase 30% no total de jogos com suspeitas de manipulação no país, no comparativo entre 2023 e 2022.
“O relatório mostra ainda que o Brasil teve o melhor resultado do ranking de casos considerados suspeitos de manipulação desde o ano de 2020”, salientou a CBF.
Outro ponto observado na nota foi a ampliação da parceria da CBF com a Sportradar, com um aumento de 400% no total de jogos monitorados no Brasil.
“A Sportradar monitorou 9 mil jogos em 118 campeonatos nacionais e regionais. O Brasil é o país com maior número absoluto de jogos supervisionados pela Sportradar. Das 109 partidas com casos suspeitos de manipulação, apenas 0,72% são jogos organizados pela CBF, percentual inferior ao de qualquer país que realiza jogos de futebol em todo o mundo”, enfatizou o texto.
Em novembro do ano passado, a CBF instituiu sua Unidade de Integridade, hoje comandada pelo ex-procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem.
“Também em 2023, CBF e Polícia Federal firmaram um acordo de cooperação, com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para o combate à manipulação de resultados e eventos relacionados ao futebol. Pelo acordo, que já se encontra em operação, a CBF compartilha com a Polícia Federal todo o seu banco de dados e os relatórios sobre casos considerados suspeitos detectados pela Sportradar”, afirmou a nota.
A CBF informou ainda que “encaminhou todos os casos aos órgãos competentes, e uma vez julgados, solicitou à Fifa a internacionalização das penalidades aplicadas”.