A Procuradoria-Geral de Istambul, na Turquia, emitiu mandados de prisão preventiva para 21 pessoas como parte de uma investigação sobre apostas ilegais em partidas de futebol.
Entre os detidos estão 17 árbitros, além de Murat Özkaya, presidente do Eyüpspor, time da primeira divisão do país; Turgay Ciner, ex-proprietário do Kasımpaşa; e Mehmet Fatih Saraç, ex-presidente do clube. Os dirigentes foram acusados de “influenciar o resultado de partidas”.
Em outubro, um administrador judicial foi nomeado para o Kasımpaşa no âmbito de outra investigação iniciada em setembro contra a Can Holding, antiga dona do clube, e o Grupo Ciner, que adquiriu a equipe. Um mandado de prisão foi expedido contra Turgay Ciner nesta investigação. O empresário segue foragido no exterior.
Dezoito suspeitos foram detidos, enquanto dois estão no exterior, sendo Ciner um deles, e um não foi localizado. A operação ocorreu em 12 províncias e inclui acusações de abuso de poder e influência em resultados de competições.
Os mandados de prisão estão em conformidade com a lei 6222, conhecida como Lei de Prevenção da Violência e da Desordem no Esporte, criada para combater práticas que comprometam a integridade de competições na Turquia.
Sanções
A Federação Turca de Futebol (TFF, na sigla em turco) também conduz uma investigação disciplinar paralela. Na semana passada, o Conselho Disciplinar do Futebol Profissional (PFDK) suspendeu 149 árbitros e auxiliares por períodos entre oito meses e um ano. Caso as penalidades sejam confirmadas, as licenças desses profissionais serão cassadas.
A TFF ainda apura os casos dos árbitros Zorbay Küçük, Melih Kurt e Mertcan Tubay. Küçük alegou que sua identidade foi usada indevidamente para abrir uma conta de apostas. O prazo para recurso termina hoje.
Escândalo
Em entrevista coletiva realizada no final de outubro, o presidente da TFF, İbrahim Hacıosmanoğlu, afirmou que 371 dos 571 árbitros e bandeirinhas que atuam nas ligas profissionais turcas possuem contas em sites de apostas. Desse montante, 152 são apostadores compulsivos.
Em um comunicado conjunto divulgado na quarta-feira (5), os profissionais de arbitragem refutaram as acusações, sem negá-las totalmente: “Gostaríamos de informar ao público que nunca fazemos apostas nas partidas que arbitramos.” Os árbitros afirmaram que fizeram apostas quando ainda eram amadores.
Segundo a TFF, dos profissionais que fizeram apostas, sete são árbitros e 15 são assistentes de primeira classe, enquanto 36 são juízes e 94 são bandeirinhas de segunda classe.
