Na NBA, o termo “Big Three” não é apenas mais um rótulo; é uma ambição grandiosa, quase um atalho para o topo. Formar um trio de estrelas virou a cartada certeira para as franquias que querem resultados sem perder tempo.
Na temporada 2024-2025, vemos os principais times dobrando essa aposta, confiando que a soma de talento e experiência é o bastante para moldar destinos e, claro, para lotar arenas e dominar os NBA jogos.
Mas, na prática, será que esses trios têm mostrado o que se espera? Vamos olhar de perto os “Big Threes” mais comentados e descobrir quem está realmente fazendo jus à fama e quem ainda precisa ajustar as engrenagens.
Boston Celtics: Jayson Tatum, Jaylen Brown e Jrue Holiday
O Boston Celtics é, sem dúvida, o retrato mais fiel do que se chama de equilíbrio entre ataque e defesa. Tatum e Brown, há tempos, já mostravam saberem carregar a franquia nas costas, com a confiança de quem domina a quadra.
Mas eis que chega Jrue Holiday, trazendo muito mais do que só bagagem e experiência. Ele acrescenta uma defesa digna de aplausos e uma leitura de jogo que poucos conseguem igualar. E é essa visão de Holiday que permite a Tatum e Brown focarem no que sabem fazer de melhor: desequilibrar as defesas adversárias.
Com Holiday pressionando, organizando a transição e garantindo segurança lá atrás, o Boston ganha uma solidez que o coloca, sim, entre os favoritos ao título. A química entre eles é algo raro; são jogadas bem calculadas, executadas com precisão, e uma frieza nos momentos decisivos que poucos rivais conseguem replicar.
Dallas Mavericks: Luka Doncic, Kyrie Irving e Klay Thompson
Nos Mavericks, o trio Luka Doncic, Kyrie Irving e Klay Thompson é uma mistura de talento que, no papel, promete um espetáculo ofensivo, mas que, em quadra, ainda soa um tanto esencontrado. Doncic dita o ritmo, como poucos fazem, enquanto Irving é aquele mago das jogadas imprevisíveis. Thompson, por sua vez, é um dos arremessadores mais letais que a NBA já viu. Mas a pergunta que fica: como fazer isso tudo funcionar como um relógio? Talento, eles têm de sobra – mas o ajuste entre eles segue como um desafio. O que falta ali não é habilidade, mas sintonia. E, para complicar, Dallas esbarra em um problema defensivo: nenhum dos três é exatamente um especialista em proteger o aro. Quando o encaixe dá certo, o ataque dos Mavericks é uma coisa difícil de segurar. Mas, para se firmarem como uma potência, terão de fazer mais do que brilhar individualmente; terão de, finalmente, se transformar em um time.
Milwaukee Bucks: Giannis Antetokounmpo, Damian Lillard e Khris Middleton
No papel, poucos trios têm o peso desse. Giannis Antetokounmpo é a força bruta na área pintada, um verdadeiro colosso. Damian Lillard chega com a mão calibrada para arremessos de longa distância e um histórico de decidir partidas nos segundos finais. Middleton, por sua vez, é o operário eficiente, o cara que não aparece nos holofotes, mas cujo impacto é fundamental. Desde a chegada de Lillard, os Bucks ganharam uma nova dimensão nos momentos decisivos; ele não hesita, é o homem das últimas bolas e parece ter o sangue frio que faltava ao time. Com a defesa de Giannis e o jogo exterior de Lillard e Middleton, o trio vem moldando uma combinação temível. Se mantiverem essa química crescente, Milwaukee pode muito bem estar trilhando o caminho para mais um título.
Denver Nuggets: Nikola Jokic, Jamal Murray e Aaron Gordon
Os Nuggets são a prova viva de que, no basquete, a verdadeira força não está nas mudanças incessantes, mas na rara arte da continuidade. Jokic, o gênio disfarçado de pivô, MVP das finais, enxerga o jogo como poucos armadores conseguem, distribuindo o ritmo e orquestrando os movimentos com uma calma cirúrgica. Ao seu lado, Jamal Murray é o executor, o cara que vive para aqueles minutos finais em que o coração aperta – e parece que ele nasceu para isso, sem medo do erro, confiando no arremesso. Aaron Gordon completa o trio, trazendo a defesa que equilibra, o atletismo que eleva, e a energia que transforma esse time em um bloco quase intransponível.
Mas o verdadeiro diferencial desses Nuggets não é nenhum fator isolado; é o entrosamento. Eles são um time que não vive de uma única fórmula ou de um brilho específico. Eles se ajustam ao adversário, ao momento, à necessidade. Os Nuggets se impõem como uma ameaça silenciosa e extremamente perigosa – daquelas que não chamam a atenção a cada minuto, mas que, quando chega a hora certa, são simplesmente letais.
Phoenix Suns: Kevin Durant, Devin Booker e Bradley Beal
O Phoenix Suns apostou pesado ao reunir Kevin Durant, Devin Booker e Bradley Beal em um único elenco – uma tríade com capacidade de destruição ofensiva que poucas defesas na NBA têm conseguido segurar. Durant e Booker já são conhecidos pelo talento em pontuar, enquanto Beal, sempre confiável, adiciona consistência e precisão ao ataque. O problema, porém, é que lesões e ajustes de rotação ainda não permitiram que o trio se consolidasse em quadra como o esperado. Quando conseguem atuar juntos, a eficiência ofensiva é evidente, mas a fragilidade na defesa ainda preocupa. Caso consigam superar essas dificuldades e estabelecer uma defesa mais firme, os Suns têm potencial de sobra para brigar no topo durante os playoffs.
O nosso veredito
Embora cada “Big Three” tenha seus méritos e brilho próprio, alguns conseguem fazer o coletivo funcionar de maneira mais harmoniosa. Os Celtics, com seu equilíbrio e intensidade, e os Bucks, com um pragmatismo que beira a precisão cirúrgica, têm sido exemplos de consistência.
O trio dos Nuggets, já testado e aprovado, segue como um dos mais integrados da liga, mostrando uma química que não se compra e não se ensina. Já no caso de Phoenix, a situação é outra. A equipe é ofensivamente espetacular, mas carece de solidez defensiva – o que, num campeonato tão acirrado, acaba cobrando seu preço.
E, aqui, o ponto central se torna claro: no mundo dos NBA jogos, a eficácia de um “Big Three” não é apenas uma questão de talento isolado, mas de como cada peça se encaixa e eleva o desempenho das outras.
A temporada 2024-2025, assim, sublinha uma verdade simples, porém profunda: a força de um “Big Three” não depende de nomes estampados na camisa, mas da química coletiva. No basquete – como na vida – o todo precisa ser mais do que a simples soma das partes.