A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) oficializou a retirada da chancela dos campeonatos organizados pela Liga Nacional de Basquete (LNB), sendo o Novo Basquete Brasil (NBB) o principal deles.
Na prática, o NBB pode até continuar existindo, mas perde o status de competição nacional oficial, deixando, assim, o Campeonato Brasileiro da modalidade no limbo, sem definição.
Além disso, com a decisão, os clubes participantes deixam de ter acesso às competições da Federação Internacional de Basquete (Fiba), como a Champions League das Américas e o Mundial de Clubes, por exemplo. A decisão também abrange a Liga de Desenvolvimento, considerada a categoria de base do basquete nacional.
A decisão foi divulgada por meio de um ofício, ratificado pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Administração da CBB e assinado por Guy Peixoto, presidente da entidade. De acordo com o documento, o processo ainda foi acompanhado por representantes da Fiba.
“Diante deste cenário, somente são reconhecidas como competições oficiais […] as competições organizadas diretamente pela CBB, suas Federações filiadas e outras que venham a ser chanceladas, o que não é o caso das competições eventualmente organizadas pela LNB, entidade privada não vinculada aos Sistemas Nacional ou Internacional do Basquetebol”, diz o ofício.
Novo torneio
Diante desse cenário, a Máquina do Esporte apurou que a CBB está preparando uma série de comunicados para a primeira semana de julho. Dentre eles, o anúncio da formatação e criação de uma nova competição.
A criação de um novo torneio nacional entraria em rota de colisão com a LNB, representando a continuidade do choque entre ambas.
De acordo com o portal GE, o desentendimento não surte efeito para a Liga Nacional de Basquete, que afirmou que “nada muda, e a nova temporada do NBB segue confirmada para 2023/2024”.
Nota oficial
Em nota, a LNB se pronunciou nesta quinta-feira (29), envolvendo o nome de todos os patrocinadores no rodapé do comunicado, em uma clara demonstração de que a decisão afeta diretamente uma série de marcas investidoras de seu principal torneio, o NBB.
“A Liga Nacional de Basquete (LNB) lamenta a decisão da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) em retirar a chancela do NBB. A LNB mantém sua posição de manutenção do diálogo a fim de encontrar uma solução conciliatória para o caso, o que entende ser o melhor para o contínuo crescimento do nosso esporte”, diz a nota.
“O NBB é um campeonato consolidado, caminhando para a sua 16ª edição a partir de outubro de 2023, reafirmando sempre o respeito aos seus torcedores, patrocinadores, atletas e toda a comunidade que formam o ecossistema do basquetebol”, continua.
“O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA e o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), e conta com os patrocínios oficiais de Sportsbet.io, Penalty, EY, Whirlpool, UMP e Jamef, e o apoio de IMG Arena, Genius Sports e Accor”, conclui.
Origem do problema
O imbróglio entre a liga e a entidade não é novo. A decisão da CBB de retirar a chancela da LNB já era, inclusive, esperada.
As rusgas teriam se iniciado no último ano, quando a CBB ignorou o Novo Basquete Brasil e indicou a Liga Sorocabana para representar o Brasil no Campeonato Sul-Americano. Foi o primeiro atrito entre a confederação e a LNB, pois a indicação contrariava o Termo de Cooperação que tinha sido assinado entre as entidades há 14 anos.
Com isso, uma equipe sem vínculo com o NBB e da segunda divisão nacional foi escolhida para um campeonato continental oficial. A LNB defendeu a indicação do Paulistano para a disputa.
Como representante do Brasil, a Liga Sorocabana teve desempenho pífio no torneio. Venceu o San Martin, da Argentina, na estreia (69 a 68). No entanto, perdeu de forma contundente suas duas partidas seguintes, para Titanes, da Colômbia (75 a 51), e Punto Rojo, do Equador (77 a 60). Com isso, foi eliminada na primeira fase.