A Associação de Viagens dos Estados Unidos divulgou relatório nesta semana destacando que o país está totalmente despreparado para sediar megaeventos esportivos como a Copa do Mundo 2026 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Los Angeles 2028.
A entidade encomendou um estudo com a participação de ex-funcionários do governo federal e especialistas da indústria do turismo. O relatório destaca preocupações em três áreas: obtenção de vistos, infraestrutura e tecnologia de segurança.
Somando outros eventos programados para o país, como a Copa do Mundo de Clubes da Fifa 2025 e a Ryder Cup (golfe) estima-se que o país poderá receber até 40 milhões de visitantes adicionais, além dos 66 milhões que já costumam viajar para os Estados Unidos todos os anos.
“Não estamos prontos para sediar a próxima década de megaeventos que atrairão milhões de viajantes nacionais e internacionais. Isso representa riscos à nossa segurança nacional e dificultará o crescimento econômico”, afirma o relatório divulgado pela associação de turismo.
Governo Trump
A organização também destaca outra dificuldade: os cortes drásticos feitos pelo presidente Donald Trump nas agências governamentais. Para a entidade, é necessário investimento significativo tanto no processamento de vistos quanto na segurança dos aeroportos.
“O presidente [Trump] tem falado abertamente sobre fazer uma Copa do Mundo no padrão ouro e as melhores Olimpíadas da história. Para atingir essas metas, tem que fazer investimentos”, criticou Geoff Freeman, CEO da Associação de Viagens dos Estados Unidos, em entrevista à ESPN.
O dirigente, que se reuniu com autoridades do governo em Washington recentemente, destacou que a questão dos vistos é outro motivo de preocupação.
Com Trump selecionando países aleatórios para estabelecer sanções econômicas, os tempos para aprovação de um visto podem inviabilizar muitas viagens. O tempo de espera para aprovação de um visto da Colômbia, por exemplo, chega a dois anos, segundo a entidade.
“As pessoas querem vir, mas não vêm. Isso ocorre pelo tempo de espera do visto e pela ineficiência da alfândega. Há uma percepção, em alguns casos, de que as pessoas não são bem-vindas. Estamos muito preocupados”, afirmou Freeman.