Após a proibição e ameaça de punição por parte da Fifa do uso da braçadeira de capitão com a inscrição “One Love”, em apoio à comunidade LGBTQIAP+, a Alemanha entrou em campo pela primeira vez na Copa do Mundo do Catar com um protesto contra a decisão da entidade que comanda o futebol mundial.
Na hora da foto oficial do time, minutos antes do início do duelo contra o Japão, os alemães taparam a boca. A Alemanha faz parte das sete seleções europeias que usariam a braçadeira de capitão “One Love”, ao lado de Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Holanda, Suíça e Dinamarca. Na segunda-feira (21), os ingleses se ajoelharam em campo antes do início da partida diante do Irã, também em forma de protesto.
O capitão alemão, Manuel Neuer, um dos mais contundentes defensores da braçadeira proibida, escondeu a faixa imposta pela Fifa por baixo da camisa desde a entrada em campo. Minutos antes do início do jogo, um dos assistentes do árbitro foi até o goleiro alemão e pediu para verificar a presença do adereço. Neuer, então, mostrou a braçadeira com a inscrição “No Discrimination”, cedida pela Fifa.
Pouco após o início da partida, a Federação Alemã de Futebol (DFB) emitiu uma nota oficial, confirmou que Neuer não utilizou a braçadeira “One Love” e explicou os motivos da decisão.
“Queríamos usar nossa braçadeira de capitão para nos posicionar sobre os valores que defendemos na seleção da Alemanha: diversidade e respeito mútuo. Junto com outras nações, nós queríamos que nossa voz fosse ouvida”, revelou a DFB.
“Não era sobre fazer uma declaração política. Direitos humanos não são negociáveis. Isso deveria ser tomado como certo, mas ainda não é o caso. Por isso, essa mensagem é tão importante para nós. Negar a nós a braçadeira é o mesmo que nos negar a voz. Nós defendemos a nossa posição”, completou a entidade.