Patrocinador oficial da Fifa desde 1994, a rede de lanchonetes McDonald?s passou a usar a Copa do Mundo para iniciar sua entrada no mercado da África do Sul. Se, até pouco tempo, eram raras as incursões da empresa pelo país-sede da Copa, agora o Mundial serve como motivo para a implantação de um projeto maior da companhia no continente.
Enquanto isso, porém, o McDonald?s usa a presença de toda a imprensa mundial na cidade de Joanesburgo, na África do Sul, para reforçar seu patrocínio à Copa do Mundo. Para 2010, a empresa contratou o francês Patrick Vieira para ser a grande estrela da maior promoção que o McDonald?s faz na Copa.
O volante, que ficou alijado da Copa do Mundo, foi um dos padrinhos do ?Players Scort Program?, que tem como meta levar jovens para serem mascotes dentro do campo onde são realizados os jogos. Ao todo são mais de mil crianças que terão o privilégio de pisar no gramado onde a bola rola na África.
Don Thompson, presidente mundial da marca, tem no programa de mascotes da Copa o seu grande xodó entre as ações de ativação do patrocínio à Fifa. O executivo conta, por exemplo, que isso proporciona uma oportunidade única aos garotos selecionados. Além disso, esse tipo de apoio faz com que o torcedor ligue ainda mais a rede de lanchonetes à liderança de mercado.
?Somos líderes do mercado de fast food. E, como uma empresa líder desse mercado, as pessoas esperam que façamos coisas grandiosas?, afirma Thompson, que concedeu entrevista após evento do McDonald?s na África do Sul.
PLeia a seguir a íntegra da notícia com o executivo.
Máquina do Esporte: Por que o McDonald?s adota o patrocínio à Copa do Mundo como estratégia de comunicação da empresa?
Don Thompson: Somos líderes do mercado de fast food. E, como uma empresa líder desse mercado, as pessoas esperam que façamos coisas grandiosas. Nós temos lojas espalhadas em 117 países por todo o mundo. O futebol é um esporte que tem uma linguagem mundial. Então nada mais coerente do que investirmos no patrocínio à Copa do Mundo. E já são 16 anos que somos patrocinadores oficiais da Fifa, temos um comprometimento grande com o evento.
ME: Como a empresa usa o patrocínio para ativar a sua marca?
DT: Nós temos 15 milhões de consumidores indo às lojas do McDonald?s todos os dias. Em cada uma delas nós, como patrocinadores da Copa do Mundo, podemos fazer ações para os torcedores, com cartazes, brindes e, principalmente, com o nosso programa de mascotes, em que levamos mais de mil crianças para dentro do estádio.
ME: De que forma a Copa do Mundo na África do Sul pode ajudar os negócios do McDonald?s?
DT: Para nós é um orgulho muito grande de patrocinar a Copa do Mundo aqui. A energia das pessoas aqui, a vontade de elas celebrarem o evento é ótima. Para nós, é muito bom tudo isso, mas também podermos apoiar esse movimento, criar empregos na região, levar as crianças para os jogos aqui na Copa…
ME: O patrocínio à Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos servem para dar uma outra cara ao McDonald?s, tirando um pouco a ideia de que é apenas comida não-saudável?
DT: Nos Jogos Olímpicos, temos um restaurante para os atletas. Eles adoram ir até lá. Mas eles vão para comer não só batatas fritas. Lá eles têm à disposição também um prato de salada, podem tomar suco, café… Nós ficamos muito orgulhosos de poder mostrar que temos uma grande variedade de produtos à disposição do público. O patrocínio é mais uma forma de mostrar essa variedade de coisas que nós temos. Aqui na África do Sul, produzimos 85% de tudo o que é consumido de frango, alface e tomate. Em vários outros lugares é assim.
ME: Agora como a empresa pode se beneficiar desse patrocínio para mudar a sua imagem?
DT: Não usamos o patrocínio para apenas falar da imagem do patrocínio. Em todo o mundo, inclusive aqui na África do Sul ou mesmo no Brasil, nós produzimos o mesmo hambuger, a mesma alface, o mesmo tomate e até o mesmo pão que as pessoas consomem nas lojas. Então como é que pode ser que as pessoas compram para as suas casas os mesmos produtos que são vendidos no McDonald?s? É algo que simplesmente não dá para entender… Nós temos saladas, pratos de comida, também temos batatas fritas e hambúrgeres.
ME: Mas o McDonald?s não acaba relacionando isso com seus patrocínios…
DT: Não. Até porque, numa Copa do Mundo, o que vale é a emoção que o torneio tem, a grande febre que ele proporciona às pessoas. Essa é a relação que devemos fazer com o evento. É assim que podemos ajudar. Como estamos fazendo agora. E também usamos o patrocínio para ativar outras ações, como os mascotes da Copa, que terão a oportunidade que ninguém além dos jogadores desta Copa tem.
ME: A empresa também usa o patrocínio para fazer ações de relacionamento com clientes?
DT: Não. Focamos nossos esforços nas ações com as crianças e com o público em geral, além de ter um centro de hospitalidade para a imprensa.
ME: Como a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil podem impactar no negócio do McDonald?s no país?
DT: O Brasil é um país que vive muito o futebol. Estive há cerca de oito semanas no país e experimentei cada um dos sanduíches especiais dos países da Copa. É algo simplesmente formidável ver o quanto essa conexão do nosso patrocínio com os sanduíches contribui para que as pessoas vivam ainda mais o clima da Copa do Mundo. Agora, além da questão do patrocínio está uma história de 16 anos de comprometimento com a competição e com o esporte. E nós temos esse patrocínio porque ele traz uma conexão os valores que queremos para nossa empresa. O futebol é o esporte mais visto e mais consumido no mundo.