Quando se aposentou do vôlei profissional, aos 35 anos, Nalbert ganhou tempo para atender aos pedidos de palestras em todo o país. O ex-capitão da vitoriosa seleção de Bernardinho não sabia, entretanto, como lidar com apresentações em público e pediu auxílio para a Scama, agência de publicidade. Hoje, esse negócio cresceu.
O ex-atleta criou um braço no grupo de publicidade voltado para a construção de marcas inseridas no esporte, sejam esportistas ou empresas, a Scama 12 Sports Branding. Ao lado de Gabriel França de Carvalho e Luís Parente, Nalbert, agora descrito com o sobrenome Bittencourt, oferece serviços personalizados segundo o cliente.
A empresa foi concebida já com as jogadoras de vôlei Leila e Sandra Pires, o ultramaratonista Mauro Chasilew e a loja de artigos esportivos para aventura The Rocks na carteira de clientes. Para cada um deles, de acordo com a demanda, a agência irá desenvolver identidade visual, site na internet, atuação em mídias sociais, entre outros.
À Máquina do Esporte, o sócio da Scama 12 Sports Branding explicou como entrou nesse meio, por que está investindo nele e que serviços pretende oferecer. “Nós vamos complementar o trabalho de algum agente, empresário, que queira um trabalho melhor sobre a marca de algum atleta ou empresa”, define o ex-capitão da seleção.
Leia, abaixo, a entrevista na íntegra:
Máquina do Esporte: O que é a Scama 12 Sports Branding? É uma agência de marketing esportivo?
Nalbert Bittencourt: Não. É um novo negócio, mas não é marketing esportivo. Tenho parceria com uma agência de publicidade. Eles fazem meu conteúdo audiovisual. Eu comecei como cliente, acabou engrenando, e agora eles estão em quase tudo o que eu faço. A coisa partiu para uma sociedade. Como foi muito bom em termos de resultado, pensamos em criar um negócio nosso, que ajude outros atletas e marcas esportivas. Mas conteúdo, mesmo. Desenvolvimento de marca.
ME: Por que você está investindo nessa área?
NB: Hoje, tenho de me considerar uma marca. Os resultados comigo foram bons, então vamos ampliar e fazer o mesmo com outras marcas em geral.
ME: Como aconteceu essa aproximação com o grupo Scama?
NB: Um dos diretores de lá é marido da melhor amiga da minha mulher, e aí quando eu parei de jogar fui convidado para fazer palestras, mas não tinha nada pronto. Ele fez um PowerPoint, vídeos, e eu gostei muito. Ele falou para eu ir na agência para conversarmos. Eu expus que precisava de um site, de divulgação especial na internet, porque muita coisa acontece nas redes sociais, e deu muito certo, porque fechei vários trabalhos.
ME: O negócio de vocês caminha para a internet, então?
NB: Acabei tendo um retorno positivo nela. Hoje em dia, temos a internet como possibilidade para criar material próprio, fazer divulgação própria. A mídia social serve para isso. A ideia não é fazer assessoria de imprensa, mas comunicação focada em internet e mídias sociais. A princípio, começou assim, e agora estamos bolando a história de fazer um braço esportivo do grupo Scama.
ME: Qual é o foco de vocês? Atletas? Empresas?
NB: Qualquer tipo de marca esportiva. Já levei a Sandra e a Leila [ambas jogadoras de vôlei], e eles estão preparando material de palestra delas. Temos contato com uma academia, que ainda não fechou, mas que deve ser uma das clientes, para que façamos a reformulação visual dela. As coisas estão acontecendo. Por ter visto que hoje em dia a internet é muito importante, parti para esse meio e vi que tem negócio.
ME: E o que vocês estão oferecendo para eles?
NB: Depende muito do que a pessoa quiser. Para a Leila e a Sandra oferecemos um trabalho maior, mas elas queriam só material de palestra. Todos os ex-atletas fazem palestras em cima de apresentações. A coisa pode evoluir para rede social, site, mas por enquanto é só isso. Vai muito de acordo com o que a pessoa quer. Nós temos know-how para fazer mil coisas.
ME: Qual o papel de cada um no negócio?
NB: Se usar expertise no esporte, eu entro. Eu levo as pessoas, dou pitacos, dicas. Eles são publicitários, e eu uma figura do esporte.
ME: Vocês oferecem media training, fonoaudiólogo?
NB: Isso, não. Cada macaco no seu galho. Para fazer essa parte, podemos fazer parcerias. O grande lance da nossa agência é esse. Não competimos com outras, e sim complementamos o trabalho dos outros. Não vamos sair pelo mercado tentando arrumar eventos, porque não é a vocação de uma agência de publicidade. Nós vamos complementar o trabalho de algum agente, empresário, que queira um trabalho melhor sobre a marca de algum atleta ou empresa.
ME: Você está otimista com a demanda por esse trabalho?
NB: Eu não entraria nessa se não tivesse resultado. Dentro do foco em que eu me predispus, que é gerar divulgação na internet para colher frutos em cima de trabalho, a maioria dos meus trabalhos eu consigo por causa do meu site. Cada um vai ter um foco, um objetivo.
ME: Qual a diferença a outras agências com o mesmo foco?
NB: O que vejo muito é que, na história de gerenciamento de carreira, todos os agentes e empresários querem vender. Eles não estão preocupados em transformar em marca bacana, e isso conta muito. O diferencial é constituir marca para atleta, técnico, clube, academia. Essa é a inspiração.
ME: Qual sua motivação pessoal para trabalhar nisso?
NB: Quando parei de jogar, deu aquele “buraco” na carreira, que antes era preenchida com treinamentos. O mercado tinha muita solicitação por palestras, mas eu não tinha tempo para focar, fazer nada, além do vôlei. Com o término da minha carreira, resolvi investir nisso, e isso passa por fazer site, livros, todo um trabalho voltado para isso.
ME: Você já está habituado às mídias sociais?
NB: As redes sociais foram uma surpresa, porque eu não tinha Facebook nem Twitter. Eles disseram que valia a pena ter, e não só para dizer que o dia está bonito. É para fazer algo profissional, para se vender ali, para que vejam o que você está fazendo, e a repercussão é enorme. As pessoas pensam que rede social é só para falar da vida dos outros, mas não, é muito além disso. Eu pude comprovar.