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Aprimorar categoria de base pode ser maior legado de Copa do Mundo 2027, diz dirigente da CBF

Debate sobre oportunidades com Mundial no Brasil destaca que é preciso naturalizar meninas de chuteira

Cris Gambaré (CBF), Renata Mendonça (Globo), Camila Estefano (Projeto Estrelas) e Mariana Souza (Máquina do Esporte) - Diogo Anhasco/Fotop

Cris Gambaré (CBF), Renata Mendonça (Globo), Camila Estefano (Projeto Estrelas) e Mariana Souza (Máquina do Esporte) - Diogo Anhasco/Fotop

A melhoria do trabalho nas categorias de base pode ser o principal legado da Copa do Mundo Feminina 2027, que será disputada no Brasil. Essa é a visão de Cristiane Gambaré, conhecida como Cris, coordenadora de seleções femininas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A dirigente participou  do debate “O jogo é em casa. E agora?” O que a Copa do Mundo de 2027 traz de oportunidades para o mercado? Como aproveitá-las?, durante o “Fórum Futebol Feminino – 2027: O jogo é em casa”, no Teatro ESPM, em São Paulo.

O debate, mediado por Mariana Souza, coordenadora de conteúdos digitais da Máquina do Esporte, também teve a participação de Camila Estefano, gerente-geral do Projeto Estrelas, e Renata Mendonça, cofundadora das Dibradoras e comentarista do Grupo Globo.

“Esse investimento tem que partir de governo, federações, escolas, empresas privadas e patrocinadores. Isso é o maior ganho natural de que as meninas terão no nosso futuro próximo e entregaremos uma matéria-prima muito melhor, que são elas”, afirma Cris.

Para a coordenadora da área na CBF, os investimentos precisam aumentar para que esse trabalho possa ser construído até 2027 e que gere um legado para a modalidade.

“Essa engrenagem tem que rodar rápido porque estamos logo aí, com grande evento em nossa casa. Vamos fazer a melhor Copa do Mundo da história. Não tenho dúvida disso. Mas precisamos entregar e, fechando 2027, deixar os holofotes acesos”, comenta.

Visibilidade

Renata lembra de um gráfico com o mapa de calor do pátio de um colégio na Catalunha, que mostrava os meninos ocupando todos os espaços e as meninas restritas a algumas porções.

“Esse mapa de calor trouxe a imagem minha nos recreios da escola vendo os meninos jogarem. A construção de luta que tivemos de futebol feminino sempre foi de luta, tendo que arrombar as portes que nunca se abriu”, destaca a comentarista a Globo.

Para ela, o grande trunfo da Copa do Mundo Feminina no Brasil será a visibilidade, já que os jogos estarão na TV aberta.

“A grande massa do Brasil consome TV aberta. Quando ela ligar a TV, haverá jogo de futebol feminino. Qual será impacto disso para a geração da minha filha que vai fazer um ano amanhã? Ela vai ter a oportunidade de ver mulher jogando bola desde os primeiros anos da vida dela. Será um divisor de águas”, acredita.

Patrocínio

Camila acredita que outro legado significativo da Copa do Mundo 2027 possa ser a profissionalização de fato da categoria. Para ela, com a vinda pela primeira vez na história do torneio da Fifa para o país, pode virar essa chave, assim como foi a implantação da modalidade nos Estados Unidos em 1999.

“Que possamos profissionalizar cada vez mais, que possamos discutir o futebol feminino como produto de alta performance. Para que a gente mude de patamar de fato”, espera a gestora esportiva.

Outro legado importante, para Camila, é a naturalização da imagem de meninas de chuteiras.

“Como projeto social, não consigo atingir o Brasil inteiro. Nos Estados Unidos tudo começou nas escolas, que é onde existem as quadras. Espero que aconteça, assim como nos Estados Unidos em 1999”, afirma Camila.

Para ela, assim como aconteceu com as norte-americanas, um título mundial seria fundamental para impulsionar a modalidade no país.

“Precisamos almejar o título, que faz toda a diferença”, aponta.

O “Fórum Futebol Feminino – 2027: O jogo é em casa”, que está sendo realizado nesta segunda-feira (17), conta com os patrocínios de Nike e Amazon, além dos apoios de Genial Investimentos, Administração ESPM e Fotop.