A porta de entrada no esporte, quando pensamos em modalidades com bastantes adeptos, como a corrida de rua, pode ser explicada pela responsabilidade de seguir um cronograma de treinamentos. Mas, segundo Rosana Fortes, country leader do Strava, há outra razão para manter esse público engajado em treinamentos e na participação de provas.
“Os atletas vêm para o esporte pelo compromisso assumido com a atividade física. Entram para uma assessoria esportiva e têm o direcionamento de treinos com uma planilha de corrida”, destacou a executiva, durante palestra no TS Summit, evento promovido pela Ticket Sport, em São Paulo.
“Mas o que segura essa gente [no esporte] é a comunidade”, acrescenta.
Segundo ela, o Strava hoje é um ponto de encontro para essas comunidades se comunicarem e interagirem. São 150 milhões de atletas cadastrados no aplicativo em 185 países do mundo. No Brasil, que se mantém como um dos mercados mais engajados, com 23 milhões de adeptos do app.
“Mais de 6 bilhões de atividades são carregadas no aplicativo por ano. São 51 milhões de carregamentos por semana. Em poucos países ainda não temos a língua nativa”, conta Rosana, que recentemente liderou a tradução das funcionalidades do Strava para o bahasa, língua nativa da Indonésia.
Pesquisa
Na semana passada, o Strava lançou pesquisa de meio de ano sobre o esporte mostrando que houve aumento de 109% de participação nos clubes de corrida criados dentro da plataforma. Entre os brasileiros, 76% dos corredores afirmam ter feito novos amigos ao participar desses grupos.
A iniciativa é cada vez mais comum dentro da comunidade dos corredores de rua. Houve crescimento de 800% dos clubes criados no Brasil, de acordo com o levantamento.
“Temos muitos indicadores que mostram que as pessoas que treinam juntas estão propícias a treinar mais”, afirma Rosana.
Houve aumento médio de 40% na duração da atividade física quando é feita em grupos de dez pessoas ou mais. “As atividades criadas dentro dos clubes têm engajamento maior”, contata.
Geração Z
Os dados da pesquisa do Strava mostram que a Geração Z, apesar de hiperconectada, celebra cada vez mais os espaços de convivência ao vivo com suas comunidades, sejam elas em festas, shows ou em provas.
“A geração Z está cada vez admirando mais esses momentos de conexão ao vivo. O dia da prova, esse momento de interação, é cada vez mais valorizado”, relata Rosana.
Por conta disso, uma maneira de organizadores de provas de se conectar com esse público é com a criação de clubes de corrida dentro do Strava, com informações sobre treinos e provas.
“Obviamente que é importante estar no Instagram. Mas o Strava é um público nichado. Quem está lá é o potencial consumidor de conteúdo da prova”, conta a executiva, destacando a Fila como um exemplo de marca que tem atuado com sucesso utilizando as ferramentas do Strava.
“Criaram o evento da Maratona da Fila e dão todas as informações sobre a prova por lá.”