O licenciamento, ou seja, o conjunto de regras mínimas exigidas por entidades esportivas para que os clubes disputem suas competições, é a palavra-chave para a melhoria da qualidade técnica do futebol feminino no Brasil.
Essa é a análise de Kin Saito, diretora-executiva de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol (FPF) feita no debate “Um Mar de Oportunidades”, durante o “Fórum Futebol Feminino – 2027: O jogo é em casa”, no Teatro ESPM, em São Paulo.
“Quando a gente ouve a palavra licenciamento, não percebe o quão poderoso é isso. Só joga o Paulistão quem cumprir cada letra do que é recomendado e exigido pelo regulamento”, aponta Kin.
Segundo a dirigente, a cada temporada é possível aumentar o sarrafo de exigências, ajudando na promoção da profissionalização do campeonato. Ela cita o exemplo da presença de uma nutricionista na comissão técnica das equipes. Em um primeiro ano, não havia exigência. A partir do momento em que foi detectado que todas as equipes contavam com a profissional, houve mudança para a obrigatoriedade desse profissional na estrutura das equipes.
Virada
O debate, que também contou a presença de Aline Omote (consultora sênior da Outfield) e Thiago Lia (gerente sênior da marca Nike Futebol na Fisia), apontou o 2019 como o ano em que houve a virada de profissionalização e audiência do futebol feminino no Brasil.
“Teve o marco de a Copa do Mundo Feminina de 2019 teve pela primeira vez transmissão em TV aberta. O público passou a ter acesso ao campeonato, ajudando na popularização”, analisa Aline.
Thiago lembra que, naquele ano, a Copa do Mundo Feminina, realizada na França, aconteceu no mesmo momento da Copa América Masculina, dividindo as atenções de público e patrocinadores.
“Hoje é impensável, mas na época as marcas pensavam se iriam estar presentes em uma Copa do Mundo Feminina”, rememora o executivo.
“Naquele ano, três das quatro maiores audiências foram de jogos da seleção brasileira feminina. O Brasil chegou às quartas de final e foi a segunda maior audiência” aponta Thiago.
O executivo da Fisia, operadora da marca Nike no Brasil, também lembra que em 2019 foi o primeiro ano em que a seleção feminina ganhou uma camisa pensada 100% para o corpo e a fisiologia das mulheres.
“Em 2019 houve um evento gigantesco no Pacaembu, um treino gigantesco para as meninas. Precisamos pensar mais iniciativas, falar da base e até do futebol amador”, prega.
O “Fórum Futebol Feminino – 2027: O jogo é em casa”, que está sendo realizado nesta segunda-feira (17), conta com os patrocínios de Nike e Amazon, além dos apoios de Genial Investimentos, Administração ESPM e Fotop.
