A Arábia Saudita está de olho em uma segunda corrida dentro do calendário anual da Fórmula 1 nos próximos anos. A informação foi dada pelo príncipe Khalid bin Sultan Al-Abdullah Al-Faisal, promotor da prova que já existe há três anos e que foi disputada neste fim de semana em Jedá. De acordo com ele, uma nova pista está em construção perto da capital Riad.
“Eu não ficaria surpreso se a Arábia Saudita em um futuro próximo sediasse duas corridas. A Arábia Saudita é um mercado muito grande, e temos uma economia muito forte, então a ideia de ter duas corridas é viável”, destacou o príncipe, que também é presidente da Saudi Motorsport Company.
“A Fórmula 1 está crescendo e há muita demanda aqui. A Arábia é grande, e as regiões são muito distantes. É como os Estados Unidos. Existem três corridas nos EUA porque o mercado é muito grande e há demanda. A decisão não está tomada e há muitas coisas que precisamos considerar. Não sabemos se seria prático e viável para a gestão da Fórmula 1 e para as equipes, mas construímos esta pista em Jedá para durar e, em teoria, poderíamos ter duas corridas”, completou.
Em 2023, os Estados Unidos sediarão três provas da F1 pela primeira vez: Miami (Flórida), Austin (Texas) e Las Vegas (Nevada). Além dos norte-americanos, apenas a Itália receberá mais de uma prova, com o GP da Emilia-Romagna, no Autódromo de Ímola, e o GP da Itália, no Autódromo de Monza.
A Arábia Saudita vem crescendo de modo significativo dentro do mercado esportivo. Nos últimos anos, passaram a receber o Grande Prêmio de Fórmula 1, voltaram a sediar a Supercopa da Itália, fecharam com a MotoGP, serão anfitriões da Copa da Ásia em 2027 e dos Jogos Asiáticos em 2034, e ainda querem a Copa do Mundo de 2030 (em uma candidatura tripla com Egito e Grécia) e os Jogos Olímpicos de 2036.
Por último, no mês passado, o país fechou com a Fifa para sediar o Mundial de Clubes em 2023. Já neste mês, os sauditas ainda anunciaram que a temporada 2023 terá a maior premiação da história das competições globais de e-Sports, com a Gamers8, festival de esportes eletrônicos do país. Somados, os prêmios serão de US$ 45 milhões.
Com tudo isso, é inevitável que o assunto “direitos humanos” sejam sempre lembrados. O país é acusado de “lavagem esportiva”, ou seja, de tentar usar o esporte para encobrir tudo que aconteceria de errado no país no lado humanitário. O príncipe, no entanto, defendeu que as coisas estão mudando.
“Achamos que temos um grande país, estamos mudando muito e estamos abrindo muito, então há muito progresso. Estamos trabalhando muito para agradar a todos. É uma tarefa difícil, mas faremos o nosso melhor e esperamos que a opinião de Lewis [Hamilton, um dos principais críticos à prova em território saudita] mude em um ou dois anos. A maioria dos pilotos está feliz em vir para cá e estão vendo a mudança e o desenvolvimento. Espero que possamos deixar Lewis e outras pessoas que pensam o mesmo mais confortáveis nos próximos anos”, afirmou Khalid bin Sultan Al-Abdullah Al-Faisal.
Na pista, a vitória na terceira prova da história da F1 na Arábia Saudita ficou com Sergio Pérez. O mexicano da Red Bull venceu no país pela primeira vez e teve o companheiro de equipe, o holandês Max Verstappen, além do espanhol Fernando Alonso, da Aston Martin, ao seu lado no pódio.