CEO da Fórmula E festeja abertura em São Paulo e diz que prova gera quase R$ 650 milhões ao Brasil

Brasileiro Lucas di Grassi, da Lola-Yamaha Abt, durante os treinos em Madri para a nova temporada da Fórmula E - Divulgação

O Brasil realiza, pela primeira vez na história, a etapa de abertura da temporada da Fórmula E, que terá o ePrix de São Paulo neste sábado (7). Em entrevista à Máquina do Esporte, Jeff Dodds, CEO da categoria, elogiou o público brasileiro, que, segundo ele, entende bastante de automobilismo e está cada vez mais motivado com o campeonato, que utiliza exclusivamente carros movidos a eletricidade.

“O Brasil possui uma torcida incrivelmente apaixonada pela Fórmula E, que, especialmente em São Paulo, conhece muito o esporte a motor”, destacou o dirigente.

“Adoro o circuito daqui, que possui senão a maior reta, uma das maiores retas da Fórmula E”, acrescentou o dirigente.

Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Máquina do Esporte: Qual é a expectativa da Fórmula E ao realizar pela primeira vez a abertura da temporada com o ePrix de São Paulo?

Jeff Dodds: Tive a sorte de estar aqui no ano passado para a corrida e foi uma prova incrível. Tivemos o Felipe [Massa] e o Emerson [Fittipaldi], que deu a bandeirada de chegada. O Bernie [Ecclestone, ex-chefão da Fórmula 1] também esteve aqui [no ePrix da temporada 2023/2024, em março].

O Brasil possui uma torcida incrivelmente apaixonada pela Fórmula E, que, especialmente em São Paulo, conhece muito o esporte a motor.

Ontem [quinta-feira (5)], tivemos uma ventania que parece que atingiu toda a cidade. Com vento favorável e um pouco de sorte, teremos uma corrida sem chuva no fim de semana em um circuito incrível. Adoro o circuito aqui do Sambódromo, que possui senão a maior, uma das maiores retas da Fórmula E.

MDE: Quais são as novidades para a nova temporada?

JD: Temos um carro novo, novas equipes [Kiro e Lola-Yamaha Abt], novos donos de equipes e novos pilotos. Teremos três novatos na disputa [Taylor Barnard, da McLaren; David Beckmann, da Kiro; e Zane Maloney, na Lola-Yamaha Abt].

MDE: Como está a expectativa pelos novos carros?

JD: Fizemos ótimos testes em Madri. Então, acho que ninguém sabe ao certo como estão as equipes. E não há nenhum lugar melhor que o verão do Brasil, com sua torcida experiente, para começar a temporada.

Jeff Dodds, CEO da Fórmula E, durante o ePrix de São Paulo - Divulgação
Jeff Dodds, CEO da Fórmula E, festeja etapa de abertura em São Paulo – Divulgação

MDE: Qual é a expectativa de público na prova?

JD: Se ainda não esgotamos, estamos muito perto de esgotar os ingressos. Acho que teremos lotação total nas arquibancadas [foram comercializados 20 mil entradas].

MDE: Qual é o impacto econômico da prova para São Paulo?

JD: Há um retorno direto. Trazemos o circo da Fórmula E para a cidade, com todas as equipes, que utilizam a infraestrutura de hotéis. Há vendas diretas no ambiente da prova, mas também negócios no entorno da cidade, com bares e restaurantes lotados, por exemplo.

Quando fizemos uma análise do impacto econômico para São Paulo que é criado pela corrida, fica algo entre € 80 milhões e € 100 milhões [R$ 513 milhões a R$ 641 milhões]

Jeff Dodds, CEO da Fórmula E

E não se limita ao impacto econômico. Temos ações de encorajamento de trazer jovens e mulheres para o automobilismo. Teremos 120 meninas, de 12 a 18 anos, que foram selecionadas, e estarão hoje [sexta-feira] aqui, vivenciando a corrida pessoalmente.

MDE: Além dessa, a Fórmula E fará alguma outra ação social em São Paulo?

JD: Faremos uma doação de € 25 mil [R$ 160 mil] à Pipa [ONG que atua no Jardim Peri Alto, na zona norte de São Paulo]. Neste ano, 280 crianças e jovens serão beneficiadas por esse investimento. Temos 500 pessoas que trabalham nessa instituição de caridade, entre funcionários e familiares, que estarão na corrida aqui. Não criamos apenas valor econômico. Também queremos criar legado.

MDE: Quais são os principais valores da Fórmula E?

JD: Temos três pilares. Um deles é o automobilismo, são as emoções de um grande esporte de elite. Então, como disse, São Paulo e o Brasil amam corrida e o automobilismo. Portanto, existem todos os valores que acompanham o esporte, de respeito, integridade e competição.

O segundo é a tecnologia. Estamos na transição energética. Fazemos a transição do motor a combustão para veículos elétricos e todos os benefícios decorrentes disso do ponto de vista ambiental.

O terceiro pilar é a educação em torno da sustentabilidade. Haverá uma semana de ações sobre mudanças climáticas. Essas ações acontecem em São Paulo, começando no fim de semana da corrida, e depois continuam ao longo da semana. Fazemos parte disso, à medida que começamos a educar as pessoas sobre o que elas podem fazer de maneira diferente no seu dia a dia para ter um impacto positivo no meio ambiente.

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