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Brasileirão Feminino 2025 tem queda de público, mas aumento de arrecadação

Jogo de volta da decisão, disputado no último domingo (14), na Neo Química Arena, entre Corinthians e Cruzeiro, obteve a maior renda da história do futebol feminino no país

Corinthians bateu o Cruzeiro na decisão e se sagrou heptacampeão brasileiro de futebol feminino - Rodrigo Gazzanel / Ag. Corinthians

O Brasileirão Feminino encerrou a temporada de 2025 no último domingo (14) com 187.166 torcedores nos estádios em 134 jogos, 6.373 a menos que em 2024, o que representa uma queda de 3,3%. A média de público por partida ficou em aproximadamente 1.397 torcedores.

Ao longo das últimas três temporadas, o público total foi de 175.599 em 2023, 193.539 em 2024 e 187.166 em 2025, mostrando um crescimento de 10,2% de 2023 para 2024, seguido de uma retração de 3,3% de 2024 para 2025. Apesar da queda em relação ao ano anterior, as fases de mata-mata impulsionaram os números de público e arrecadação, evitando que o resultado final fosse ainda mais negativo para a temporada.

Primeira fase

Na primeira fase, a maior parte dos jogos ocorreu em horários comerciais, quando o público está na escola, na faculdade ou no trabalho. A divulgação limitada e o pouco engajamento das torcidas reduziram a presença nos estádios. Foram apenas 23 jogos após às 18h (e com portões abertos), de um total de 120.

Durante a primeira fase do Brasileirão Feminino, o público apresentou queda ano a ano. Em 2023, foram 88.503 torcedores. Já em 2024, o número caiu para 87.224 (queda de 1.279 torcedores, ou 1,45%). Por fim, em 2025, chegou a 80.077 (queda 7.147 torcedores, ou 8,2%), com média de 667,3 pessoas por jogo.

A arrecadação da primeira fase acompanhou a variação do público, passando de R$ 876.593,50 em 2023 para R$ 1.247.986,00 em 2024 (crescimento de R$ 371.392,50, ou 42,4%), mas recuando levemente em 2025, totalizando R$ 1.199.564,00 (queda de R$ 48.422,00, ou 3,9%).

O desempenho negativo de 2025 também foi influenciado pelos jogos com portões fechados: Flamengo e Fluminense disputaram todas as partidas nessa condição; Red Bull Bragantino e Palmeiras disputaram dois jogos dessa forma; e Internacional, São Paulo (incluindo o clássico contra o Corinthians), Real Brasília e América-MG tiveram um jogo fechado cada um.

Cruzeiro

O Cruzeiro foi decisivo para que o público total do Brasileirão Feminino não caísse ainda mais em 2025. Em 2023, as Cabulosas, como o time feminino do clube mineiro é conhecido, levaram 5.901 torcedores em 8 jogos e arrecadaram apenas R$ 2.900,00. No ano seguinte, o público subiu para 8.994 em 9 jogos, enquanto a arrecadação saltou para R$ 67.677,50, um crescimento de 52,4% em público e 2.233% em arrecadação em relação a 2023.

Em 2025, o salto foi ainda mais expressivo: 44.594 torcedores em 11 jogos e R$ 772.745,00 arrecadados, um aumento de 35.600 torcedores (396%) e R$ 705.067,50 (1.041%) em relação a 2024. O crescimento de público foi impulsionado principalmente pela fase de mata-mata, com 5.799 torcedores nas quartas de final, 13.533 nas semifinais e 19.175 na final. O público do jogo de ida da decisão bateu recorde em relação a jogos femininos no estado de Minas Gerais.

Corinthians

As campeãs da temporada adotaram uma estratégia diferente em relação a 2024. A gestão do Corinthians, que havia disputado quatro partidas na Neo Química Arena no ano anterior, optou por levar a torcida ao estádio em Itaquera apenas no último jogo do torneio, ocorrido no último domingo (14). O Corinthians bateu o Cruzeiro por 1 a 0 e ficou com o título, o sétimo de sua história.

Com isso, o público caiu de 124.668 para 109.555 torcedores, diferença de 15.113 (12,1%). A arrecadação, entretanto, manteve a tendência de crescimento ao longo das últimas temporadas: subiu de R$ 1.720.803,40 em 2023 para R$ 2.393.510,80 em 2024 (aumento de R$ 672.707,40, ou 39,1%, em relação ao ano anterior), e chegou a R$ 2.526.617,50 em 2025 (crescimento de R$ 133.106,70, ou 5,6%, em relação a 2024). Ao longo das 11 partidas em casa, a média de público foi de 9.959 torcedores por jogo.

Arrecadação total

A arrecadação, valor referente às bilheterias, do Brasileirão Feminino apresentou crescimento consistente ao longo das últimas três temporadas. Em 2023, o torneio movimentou R$ 2.295.270,40, valor que subiu para R$ 3.084.025,80 em 2024, um aumento de 34,4%, equivalente a R$ 788.755,40 a mais.

Em 2025, a arrecadação chegou a R$ 3.495.832,80, um crescimento de 13,4% em relação a 2024, correspondente a R$ 411.807,00 a mais.

No acumulado de dois anos, o aumento foi de R$ 1.200.562,40, representando 52,3% de crescimento em relação a 2023 e consolidando a expansão financeira do torneio, mesmo diante das variações de público em algumas fases.

A temporada, entretanto, enfrentou desafios significativos. O Campeonato Brasileiro Feminino, torneio mais importante da modalidade no país e que garante vaga na Libertadores Feminina, começou o ano sem patrocinadores, com atraso no calendário e dificuldades na área de comunicação. Nas redes sociais, usuários, jornalistas e influenciadores criticaram a falta de informações e de publicações sobre as primeiras rodadas.

O campeonato foi encerrado com transmissão na TV aberta durante as fases de mata-mata, e a final exibida pela TV Globo registrou 11 pontos de audiência e 30% de participação sobre o número de TVs ligadas (share) na capital paulista, igualando a melhor média da edição de 2025 e superando em 10% a média da faixa horária (das 10h33 às 12h34, horários de Brasília) dos quatro domingos anteriores, segundo dados da Kantar Ibope Media.

Na Neo Química Arena, o jogo foi assistido por um público total de 41.130 pessoas, que geraram a maior renda da história do futebol feminino no país: R$ 1.237.699,00.