A investidora CVC Capital Partners está negociando para ter uma participação de 13% na nova empresa comercial da Liga de Futebol Profissional (LFP), da França. O valor do negócio é de € 1,5 bilhão. O acordo valorizaria a empresa, que arrecada € 11,5 bilhões com a venda dos direitos de transmissão da Ligue 1, a primeira divisão do Campeonato Francês.
A CVC, com sede em Luxemburgo, é uma das várias empresas que apresentaram oferta para o braço comercial da LFP, juntando-se a Hellman & Friedman, Oaktree Capital e Silver Lake. Em dezembro, mais de dez grupos de patrimônio privado supostamente fizeram propostas iniciais de interesse em adquirir uma participação na empresa.
O jornal britânico Financial Times noticiou, em fevereiro, que a LFP havia reduzido o grupo de potenciais investidores, que tiveram prazo até o dia 9 de março para apresentar suas propostas finais. Em comunicado, a LFP disse que, após uma “análise detalhada” das ofertas, seu conselho de administração havia “decidido por unanimidade” iniciar negociações exclusivas com a CVC.
Segundo a imprensa francesa, o acordo passaria por uma revisão na divisão dos direitos de mídia entre os clubes franceses. Única potência europeia da França, o poderoso PSG passaria a receber cerca de 30% das receitas. Atualmente, PSG e Olympique de Marselha, considerados os maiores times da França, ganham menos de 10% da receita bruta.
Caso o acordo seja assinado, a CVC juntaria a LFP ao seu rol de propriedades. A empresa já teve aprovado um investimento de € 2 bilhões por 8,2% da holding que administra os patrocínios e direitos de mídia da LaLiga. Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Barcelona, Real Madrid e Athletic Bilbao, contrários ao acordo, foram à Justiça tentando suspendê-lo, mas não obtiveram sucesso até o momento.
Em novembro de 2020, a CVC também fez proposta para adquirir participação de 10% dos direitos de mídia da Serie A da Itália. No entanto, o acordo não foi aprovado pelos clubes. A empresa também tentou adquirir os direitos de transmissão internacional da Bundesliga, mas sua proposta foi rejeitada pelos times alemães.
Fora do futebol, a CVC fez investimentos no Six Nations e no United Rugby Championship (primeira divisão da Inglaterra), ambos no rúgbi. Na Índia, se tornou a primeira empresa de patrimônio privado a comprar uma franquia, pagando US$ 736 milhões por uma equipe de expansão na cidade de Ahmedabad. O time foi batizado de Gujarat Titans.
A CVC também investiu US$ 300 milhões na Federação Internacional de Vôlei (FIVB), presidida pelo brasileiro Ary Graça Filho, para a criação da holding Volleyball World, que fará a gestão do Circuito Internacional de Vôlei de Praia. A competição, rebatizada de Beach Pro Tour, possui uma nova proposta de entretenimento que unirá música, comida e esporte. Brasil, México, África do Sul, Suíça, Catar e Austrália abrigarão as etapas da competição.