O Cádiz estreou, no último sábado (20), na derrota para o Osasuna, pela 2ª rodada da LaLiga, o novo patrocinador máster do clube, a holding de investimentos Khalifa Capital. O acerto foi feito algumas semanas após o rompimento do clube com a dona anterior da propriedade, a plataforma de criptomoedas Bitci, com sede na Turquia, por falta de pagamento. O acordo era de três anos e iria até 2024.
O rompimento no meio de um contrato não foi o primeiro sofrido pela Bitci no meio esportivo. Em fevereiro deste ano, apenas oito meses depois da assinatura, a McLaren, uma das equipes mais tradicionais da Fórmula 1, também encerrou o contrato com a empresa. À época, a escuderia não revelou o motivo, mas, nos bastidores, a especulação sempre foi a mesma agora divulgada pelo Cádiz: inadimplência.
Para piorar, a Bitci também deixou de pagar outros parceiros, como outros três clubes espanhóis (Alavés, Celta e Espanyol), o Rangers, da Escócia, e a MotoGP, entre outros. No mês passado, o site espanhol 2Playbook chegou a informar que o Cádiz e a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) iriam processar a Bitci para garantir que recebessem as taxas devidas.
Apesar de todo o imbróglio, no entanto, a imprensa espanhola e também muitos torcedores temem que o clube não tenha aprendido a lição. O novo acordo foi assinado com a Khalifa Capital, holding que investe nos setores aeronáutico, tecnológico, alimentício e logístico.
O site de notícia local “La Voz de Cádiz” revelou que o Extremadura UD, clube patrocinado pela holding, acusa duramente o Grupo Khalifa por ter descumprido os contratos assinados para injeção de capital na equipe.
O clube surgiu em 2007, após a extinção do CF Extremadura, e conseguiu avançar nas divisões do país até chegar à LaLiga Smartbank, a segunda divisão. No entanto, acabou caindo e, depois, também desapareceu em março deste ano, após ser expulso da Primeira RFEF, terceira divisão espanhola, por não comparecer a dois jogos.
“Esta situação foi alcançada porque houve um fator-chave em todo este processo, que não é outro senão o descumprimento do contrato por parte da Khalifa Capital. Seu fundo falhou e a consequência é que o dinheiro não chegou. Isso começou a acelerar um processo de decomposição de todas as áreas do clube”, afirmou Manuel Franganillo, ex-presidente do Extremadura UD.
Para corroborar a acusação, o “La Voz de Cádiz” ainda citou que o site oficial da holding “está em construção há algum tempo”, o que, segundo o veículo espanhol, deixa ainda mais dúvidas no ar com relação ao grupo de investimentos. Nas redes sociais, o número de torcedores desconfiados com o acordo também não para de crescer, e muitos acreditam que a situação do clube só piorará na atual temporada.
Até o momento, em duas rodadas, o Cádiz sofreu duas derrotas, já está na zona de rebaixamento e pode até terminar a rodada na lanterna da competição.