Após tirar torneio da Indonésia, Fifa confirma Argentina como sede do Mundial Sub-20

Troféu do Campeonato Mundial Sub-20 - Divulgação / Fifa

Com a retirada do Mundial Sub-20 da Indonésia, por conta de protestos locais contra a seleção de Israel, com quem o país possui uma relação delicada, a Fifa divulgou que a Argentina será responsável por abrigar o torneio, previsto para acontecer entre os dias 20 de maio e 11 de junho deste ano.

O contrato de hospedagem foi assinado pela AFA, a federação argentina de futebol, juntamente com todos os outros documentos relevantes por parte do anfitrião e das autoridades locais.

“O Mundial Sub-20 desempenha um papel fundamental nos esforços da Fifa para promover o futebol juvenil em todo o mundo. Desde 1977, este torneio contou com alguns dos maiores jogadores das últimas décadas, incluindo Diego Armando Maradona, Lionel Messi, Paul Pogba, Erling Haaland e muitos outros. Ter a edição deste ano num país que vive e respira futebol será uma grande inspiração para as estrelas de amanhã”, disse Gianni Infantino, presidente da Fifa.

Ao ser definida como sede do evento, a Argentina garante vaga na competição, o que não tinha conseguido através do Campeonato Sul-Americano da categoria. O país é o maior campeão da história do torneio, com seis títulos, sendo o último deles em 2007.

Mundial Sub-17

Poucos dias após retirar o Mundial Sub-20 da Indonésia, no início de abril, a Fifa divulgou que a sede da categoria sub-17 do torneio também sofreria alteração. A decisão foi justificada com o argumento de que o Peru foi incapaz de concluir a infraestrutura necessária para a realização do evento.

Caso semelhante ocorreu na edição de 2019, quando o Peru desistiu de sediar o Mundial Sub-17 por conta de “não conseguir lograr a totalidade de requisitos solicitados pela Fifa”. Na ocasião, o Brasil foi escolhido para substituir o país e, não só recebeu o evento como também se consagrou campeão do torneio.

Problema sul-americano

Assim como aconteceu duas vezes com o Peru no Mundial Sub-17, a América do Sul já passou por diversos problemas quando o assunto são eventos esportivos de grande porte. Em 2022, a final da Copa Sul-Americana, prevista para acontecer em Brasília, foi alterada para Córdoba, na Argentina, em razão das eleições presidenciais brasileiras.

Já em 2021, foi a vez de a Libertadores Feminina sofrer mudanças no local do evento. A competição acabou sendo disputada até as semifinais no Paraguai depois de o Chile desistir de sediar o torneio, justamente por não poder receber a decisão, que havia sido marcada para acontecer no estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai.

Com relação à Libertadores Masculina, a competição teve que alterar o local de sua final duas vezes recentemente. A primeira foi em 2019, quando o Chile atravessava sérios problemas políticos e a Conmebol levou a decisão para Lima, no Peru. Já a outra ocorreu em 2018, quando uma pedra foi atirada contra o ônibus do Boca Juniors e o segundo duelo da final contra o River Plate foi cancelado e levado para Madri, na Espanha.

Ou seja, é recorrente no continente sul-americano grandes eventos esportivos enfrentarem problemas com as suas sedes. Além disso, muitas vezes os torcedores que querem acompanhar o seu clube também sofrem com questões de logísticas e hospedagem. 

Por conta desses e de outros motivos, a Conmebol optou por levar as finais de seus principais torneios de 2023 para grandes centros do continente, no caso Rio de Janeiro para a Libertadores e Montevidéu, no Uruguai, para a Copa Sul-Americana. 

Agora, resta saber se a Fifa aprendeu a lição que a Conmebol parece ter entendido ou se a entidade máxima do futebol continuará tendo que realocar as sedes de seus eventos por questões que podem ser previstas ou mapeadas antes mesmo de defini-las.

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