A Juventus realizou nesta terça-feira (27), no Estádio Allianz, em Turim, sua Assembleia Geral, na qual nomeou Fioranna Negri, Diego Pistone e Laura Cappiello como novos membros do Conselho de Administração.
Por proposta da Exor, holding controlada pela família Agnelli, a presidência do clube de Turim será assumida por Gianluca Ferrero, ligado a diversas empresas na Itália, como a Lavazza (varejista de café). Maurizio Scanavino foi nomeado CEO, Diego Pistone, cuidará das finanças, Fioranna Negri, terá como atribuição a revisão orçamentária, e Laura Cappiello, tornou-se delegada de gestão jurídica.
Apesar do poder ainda demonstrado pela família de magnatas na gestão da Juventus, o novo Conselho de Administração é visto como o fim da era Agnelli na equipe bianconeri.
Andrea Agnielli, que renunciou à presidência da Juventus, abriu o encontro defendendo sua gestão.
“Os comentários feitos contra nós não são justificados, e estamos confortados com a opinião de profissionais e especialistas independentes, que atestam a total retidão das ações de nosso conselho”, afirmou o dirigente.
Investigações
A Juventus está sendo investigada judicialmente pela Procuradoria de Turim por falsa contabilidade. Também há denúncias na Comissão Nacional para a Sociedade e o Mercado de Valores (Consob). Além disso, a Uefa abriu investigação contra o clube italiano por possível violação das regras do Fair Play Financeiro.
Além das acusações de adiamento de pagamentos a jogadores, o clube é acusado de supostamente inflar o preço de mercado de seus jogadores.
Finanças
A Assembleia Geral também aprovou as contas da temporada 2021-2022, que gerou prejuízo de € 239,3 milhões à Juventus.
As contas aprovadas pelo clube, porém, foram questionadas neste mês em relatório da Deloitte. O futuro a curto prazo ainda é sombrio. A previsão é de que a Juventus tenha novo prejuízo na temporada 2022/2023. A Vecchia Signora acumula prejuízo de € 554 milhões desde o início da pandemia e não tem lucro desde 2016/2017.
As perdas do clube aumentaram 6% da temporada 2020-2021 para 2021-2022, passando de um prejuízo de € 226,8 milhões para € 239,3 milhões.
O aumento das perdas de € 12,5 milhões de euros deve-se, em grande parte, à diminuição das receitas com direitos de transmissão, que diminuíram € 64,8 milhões em relação à temporada anterior. A queda se deve ao menor número de jogos disputados pela Juventus na Champions League e em competições domésticas.
Essa queda de faturamento foi parcialmente compensada pelo aumento da arrecadação por partida, incluindo bilheteria e outras receitas derivadas do match day, que aumentou € 24,5 milhões em relação a 2020-2021, quando boa parte dos jogos aconteceu com portões fechados devido à crise sanitária.