O Conselho Deliberativo do Atlético-MG aprovou, nesta quinta-feira (20), a constituição de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e o repasse de 75% dela para a Galo Holding, liderada pelos chamados “4 Erres”, grupo de investidores formado por Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Rafael Salvador, todos empresários e atleticanos.
“É um dia muito importante para o Atlético. Nós temos o melhor Conselho Deliberativo do futebol brasileiro, muito qualificado, comprometido e atuante”, destacou Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG.
“Essa votação demonstra que nosso processo foi feito corretamente, com muita honestidade e transparência. A prova é que 97% dos conselheiros, que votaram até agora, foram favoráveis. Ficamos muito felizes com essa votação expressiva”, acrescentou o dirigente.
Divisão da SAF
Pela divisão estabelecida, os demais 25% da SAF seguirão nas mãos do clube associativo, que também permanecerá com a posse dos clubes sociais Vila Olímpica e Labareda, o casarão da Pampulha e o prédio administrativo localizado no bairro de Lourdes. Além disso, também deterá 25% do centro de treinamento Cidade do Galo e da Arena MRV.
Para que a aprovação acontecesse era necessário atingir a maioria de dois terços dos conselheiros ou 273 membros, número alcançado no final da tarde desta quinta-feira (20). A votação seguirá até esta sexta-feira (21).
“A responsabilidade aumenta. A gente pode prometer mais dedicação e empenho. A gente queria é que o Galo continuasse aqui. O Galo é de todos nós. Estamos juntos, com o apoio dessa torcida de 10 milhões de atleticanos”
Rubens Menin, um dos investidores da SAF
“É um momento histórico para a vida do Atlético. É uma perspectiva muito boa para o futuro do futebol do Atlético e para a torcida. Estamos otimistas. Temos muito trabalho e responsabilidade. Seguimos o passo certo de oferecer o Atlético para os atleticanos. Esse é o nosso objetivo”, afirmou Ricardo Guimarães, outro dos investidores, em discurso alinhado ao de Rubens Menin.
Dívidas
Vendida pelo Atlético-MG como a “maior SAF do Brasil”, a mudança proprietária servirá para pagar e equalizar as dívidas do clube. Os quatro investidores farão um investimento inicial de R$ 600 milhões no Atlético-MG, além de zerarem os empréstimos já realizados no clube no valor de R$ 313 milhões.
Além disso, a SAF ficará com as dívidas da associação. Segundo o Relatório Convocados, o endividamento do Atlético era de R$ 1,498 bilhão até 2022, sendo o maior entre os clubes brasileiros.
A SAF ficará com 75% da Cidade do Galo e da Arena MRV, inaugurada na semana passada. De maneira inédita entre as SAFs do país, a holding do Atlético-MG será dividida em três partes. A maior delas (78%) ficará com os quatro investidores. Outros 11% ficarão com um fundo de investimentos privado. Já os 11% restantes serão de um fundo de investidores com a participação de outros empresários atleticanos, entre os quais Marcelo Patrus, dono da Patrus Transportes.