Barcelona fecha acordo recorde de € 1,7 bilhão e vestirá Nike até 2038

Time do Barcelona posa antes de enfrentar o Estrela Vermelha, pela Champions - Reprodução/Instagram @fcbarcelona

Time do Barcelona posa antes de enfrentar o Estrela Vermelha, pela Champions League - Reprodução / Instagram (@fcbarcelona)

O Barcelona renovou a parceria com a Nike em um acordo que é apontado como o mais lucrativo do futebol mundial. Parceira do time da Catalunha desde 1998, a marca de material esportivo tinha acordo com o clube até 2028, mas resolveu antecipar a renovação de um novo vínculo.

A duração e os valores do novo compromisso não foram divulgados. Entretanto, o jornal Mundo Deportivo noticiou que a renovação é válida até 2038. De acordo com o diário, o Barcelona passará a receber € 127 milhões, o que equivale a € 1,7 bilhão no total.

O contrato anterior do Barça era avaliado em € 105 milhões por temporada. No entanto, o Barcelona vinha recebendo assédio de outras marcas esportivas, como Puma e New Balance. Outra opção cogitada pela diretoria era o Barcelona aproveitar seu alcance global para se tornar fabricante e distribuidor de seu próprio uniforme.

Com o novo contrato, além do aumento na remuneração, a Nike desempenhará um papel importante nas operações de varejo do clube e colaborará com o Barça Licensing & Merchandising (BLM) na criação de produtos licenciados, ajudando na cadeia de suprimentos e impulsionando a distribuição global.

Bônus

De acordo com a imprensa espanhola, o contrato da Nike também inclui um bônus de assinatura de € 158 milhões, que será pago durante a duração do novo acordo.

Se os números forem confirmados, o contrato do Barcelona é o maior da história do futebol. Segundo o site Statista, o arquirrival Real Madrid, que é vestido pela Adidas, ganha menos de US$ 120 milhões por ano. Já o Manchester United recebe US$ 105 milhões também da marca alemã.

Rusgas

Antes da assinatura do novo contrato, havia um distanciamento entre Barcelona e Nike. O presidente do time, Joan Laporta, chegou a dizer que a relação estava “se deteriorando”. À ocasião, em entrevista ao jornal Marca, Laporta afirmou que havia três opções: continuar com a Nike, procurar outra parceira ou criar seus próprios uniformes.

A fabricação dos próprios kits de jogo daria mais autonomia ao clube para realizar operações de varejo. No entanto, considerando o alcance global do Barcelona, haveria dificuldade e seria necessário um investimento maior para implementar essa operação, diminuindo a margem de ganhos.

A Puma teria feito uma proposta de tornar o Barcelona o principal clube atendido pela empresa alemã. No entanto, a Nike teria igualado os valores, o que fez o Barcelona decidir permanecer com a mesma marca.

Projeção

Ficar com a Nike traz algumas vantagens ao Barcelona. Em primeiro lugar, melhorará o fluxo de caixa. Atualmente, o time possui uma dívida praticamente impagável de € 1,2 bilhão. Com a verba adicional, o clube espanhol se aproxima mais do limite de gastos imposto pelas regras da LaLiga.

Para renovar o compromisso, a Nike também fez concessões. Duas delas foram dar ao clube o controle sobre o comércio eletrônico internacional e aceitar vender camisas retrô sem o logotipo da marca norte-americana.

A Nike também aceitou excluir várias cláusulas contratuais sobre desempenho em campo, o que favorece diretamente o Barcelona, que tem sido pobre em resultados internacionais.

O time não conquista a Champions League desde 2015, quando ainda era liderado em campo por Lionel Messi, Luis Suárez e Neymar. Como forma de comparação, de lá para cá, o Real Madrid conquistou cinco títulos da principal competição de clubes do planeta: 2016, 2017, 2018, 2022 e 2024.

Para a Nike, também foi importante a manutenção do Barcelona em seu portfólio de clubes. O Liverpool já anunciou que trocará a empresa pela Adidas na próxima temporada. O time de Mohamed Salah se juntará a clubes como Real Madrid, Manchester United, Bayern de Munique e Arsenal, que já são vestidos pela marca alemã.

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