A menos de cinco meses para o início da Copa do Mundo do Catar 2022, a agência Reuters teve acesso ao plano de venda de bebidas alcoólicas durante a competição, que terá sérias restrições à venda de cerveja, ao contrário do que os torcedores que viajam a um Mundial da Fifa estão acostumados.
Será a primeira vez que a competição terá como sede um país muçulmano, que possui leis restritivas à comercialização de bebidas alcoólicas, indo de encontro aos interesses comerciais da Fifa, da Budweiser, cerveja oficial da competição, e até dos turistas, acostumados a beber cerveja nos estádios.
Local isolado
Segundo a agência, bebidas alcoólicas não serão vendidas durante os jogos ou dentro dos estádios da Copa do Mundo. Cerveja estará disponível em um número limitado de locais, incluindo, de acordo com a Reuters, um “terreno de areia cercado por um muro de três metros e localizado entre a entrada de um hotel e uma usina de resfriamento do distrito”, no parque Al Bidda e em um local isolado no Doha Golf Club, onde a Fifa já montou uma fan zone durante o Mundial de Clubes de 2019, aquele em que o Flamengo foi derrotado na final pelo Liverpool por 1 a 0, na prorrogação.
Essa fan zone foi criada em um local afastado, dando a entender que os organizadores do Mundial não querem perturbar a população mais conservadora do Catar. Os planos parecem sugerir que essa será a operação seguida durante a Copa do Mundo.
Proibição no Catar
O Catar não proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nas ruas, mas ambos permanecem restritos a hotéis cinco estrelas e a poucos locais selecionados. Consumir álcool em público no país é ilegal.
Como os planos se encaixarão com os pacotes de hospitalidade da Fifa que prometem “cervejas, champanhe, vinhos selecionados por sommeliers e destilados premium”, além das demandas da Budweiser, patrocinadora do segmento, ainda não se sabe.
Durante a Copa Árabe, disputada de 30 de novembro a 18 de dezembro de 2021, não existiu venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Quando a Copa do Mundo foi realizada no Brasil, houve problema semelhante, mas a solução encontrada foi diferente. No período que antecedeu o Mundial, o país suspendeu uma lei que proibia o consumo de cerveja nos estádios por pressão da Fifa.