Construída para a Copa do Mundo de 2014 a um custo de cerca de R$ 630 milhões, a Arena Pantanal foi, por vários anos, considerada um “elefante branco”. Após receber quatro partidas do Mundial, o estádio acabou se tornando, nos anos seguintes, sede de jogos de pouco apelo ou de eventos organizados por empresários.
No entanto, ao receber a final da Supercopa do Brasil entre Atlético-MG e Flamengo, neste domingo (20), a Arena Pantanal ratificou a volta por cima. Atualmente considerado o maior patrimônio público do estado do Mato Grosso, o estádio é, hoje, um local que recebe 19 partidas por ano da Série A do Campeonato Brasileiro e que, consequentemente, vem tendo investimentos para se manter na elite entre as arenas brasileiras.
A história começou a mudar em 2018, quando o Cuiabá fez grande campanha na Série C do Campeonato Brasileiro e conquistou o acesso à Série B. Depois, em mais um feito inédito, o clube encerrou um jejum de 35 anos sem representantes do Mato Grosso na primeira divisão do futebol nacional ao estrear na Série A em 2021. Era o que a Arena Pantanal precisava.
“Pertencer a uma cidade sede da Copa do Mundo e ter um estádio com uma estrutura magnífica foram fatores fundamentais na nossa decisão de investir no Cuiabá. Quando a equipe disputou as Séries C e B, a população vinha acompanhar, mas não era atrativo o suficiente para que toda a capacidade do estádio fosse utilizada. Na Série A, houve uma mudança de patamar significativa”, explicou Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá.
De acordo com o dirigente, o clube investe anualmente cerca de R$ 300 mil para manter a qualidade do campo, que receberá neste ano jogos da Série A, da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil. Em competições de seleções, além da Copa do Mundo de 2014, o estádio ainda foi sede de cinco jogos da Copa América disputada no ano passado.
A chegada e permanência de um representante do estado mato-grossense na Série A foi importante não só para a arena, que passou a receber jogos semanais e ganhou espaço na mídia, mas para toda a cidade de Cuiabá. A economia local foi impactada de maneira contundente, com hotéis, restaurantes, lojas, bares e shoppings sendo bastante visitados em semanas de jogos contra os principais clubes do país. Segundo o Conselho Municipal de Turismo (Comtur), cada “turista esportivo” que visita a cidade gasta em média R$ 500 por dia.