O Valladolid vive uma temporada mais tranquila na LaLiga, estando em 14º lugar no campeonato, a cinco pontos da zona do rebaixamento. Desde que adquiriu o clube, em 2018, Ronaldo Fenômeno teve momentos de amor e ódio com a torcida, sendo que o mais tenso aconteceu com a queda do clube à segunda divisão espanhola, em 2021.
Na área comercial, porém, a proximidade de um ídolo de alcance mundial com o time de uma cidade de porte apenas médio (298.866 pessoas, segundo o censo de 2018), fez com que o Valladolid deixasse de ter patrocínios de empresas da região e passasse a atrair parceiros comerciais de porte mais alto.
“Quando a gente chegou, o Valladolid tinha basicamente só patrocinadores locais, que não condiziam com o tamanho que o clube estava assumindo. Hoje, temos patrocinadores com presença global, como a Estrella Galicia [patrocinadora máster], que é espanhola, mas é uma empresa globalizada”, contou Marco Farah, diretor de marketing e comunicação do Valladolid, em entrevista à Máquina do Esporte.
“Também temos a Herbalife, que é uma empresa americana que tem a propriedade nas costas da camisa, e a britânica JD Sports, uma das maiores redes varejistas da Europa”, acrescentou o executivo, que veio ao Brasil participar da Sports Summit.
O time também conta com a Adidas como fornecedora de material esportivo, mesma parceira do Cruzeiro, outro clube que tem Ronaldo como dono.
Fator Ronaldo
Com a presença do ex-jogador no dia a dia da agremiação, o Valladolid projeta a internacionalização da marca, buscando atrair mais patrocínios internacionais e até acordos regionais, algo que há alguns anos era comum apenas a times como Real Madrid e Barcelona.
“Talvez uma viagem à China com o Ronaldo possa render dez contatos para a gente conversar. Mas a questão é que a imagem do clube não está atrelada ao Ronaldo. São duas propriedades completamente distintas”, afirmou Farah.
Visibilidade
Participar de um campeonato tão internacionalizado como a LaLiga já ajuda a aumentar o alcance do clube no planeta. Para Nacho Oruezábal Moreno, diretor de negócios do Valladolid, essa foi a estratégia adotada para superar a concorrência com os demais times espanhóis.
“Somos 42 clubes na Espanha [contando primeira e segunda divisão]. Excluindo Real Madrid e Barcelona, somos 40. E todos procuramos as mesmas empresas. Queríamos dar um salto e, para isso, devíamos não só procurar empresas na Espanha, mas empresas em nível internacional”, revelou o espanhol, em entrevista à Máquina do Esporte.
Nacho contou que há dois mercados externos que o clube tem como alvo neste primeiro momento de superação das fronteiras espanholas.
“Hoje, é possível assistir aos jogos do Valladolid em todos os continentes. Isso, junto com a figura do nosso presidente, está nos ajudando a atrair patrocínios regionais em diversos continentes, como na Ásia neste momento e, no futuro, na América Latina”, destacou o executivo.
Cruzeiro
Outro objetivo atual é aumentar a sinergia com o Cruzeiro, que tem Ronaldo como detentor de 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O time mineiro retornou neste ano à primeira divisão, assim como o Valladolid. E, também como o coirmão espanhol, tem como objetivo principal neste ano se manter na primeira divisão.
“Somos dois clubes que se uniram, e tentamos nos ajudar o máximo possível. Ou seja, quando surgem oportunidades de negócios que podem ser interessantes para ambos os clubes, discutimos isso entre nós”, disse Nacho.
“Mas, se vemos que pode ser mais interessante para o Cruzeiro, oferecemos a ele, e vice-versa”, acrescentou.