Comissão de clubes se reunirá antes de formalizar proposta para Libra

A comissão de seis dirigentes, montada após uma reunião na manhã desta segunda-feira (16) entre os times que ainda não aderiram à Libra, marcará um novo encontro para formatar uma proposta antes de se reunir com os clubes que já fazem parte da liga.

Participam dessa comissão os presidentes de América-MG (Alencar da Silveira Junior), Atlético-MG (Sérgio Coelho), Fluminense (Mário Bittencourt), Fortaleza (Marcelo Paz) e Internacional (Alessandro Barcellos), além do mandatário da Associação Nacional de Clubes de Futebol (ANCF), Francisco José Battistotti, que representa as equipes da Série B.

Bittencourt, do Fluminense, é quem está organizando o encontro, que também deve ter a presença de representantes da LiveMode e da Alvarez & Marsal, contratadas para ajudar tecnicamente a formatar a proposta desse grupo. A discussão ainda não tem data nem local para acontecer, mas a expectativa é que seja ainda nesta semana.

Na noite desta segunda-feira (16), 26 clubes divulgaram uma nota oficial sobre a liga, em que defendem que ela deve ser formada com a assinatura dos 40 clubes que hoje integram as Séries A e B do Brasileirão e que a divisão de receitas seja feita “de forma objetiva, meritocrática e equilibrada”, que “incentive os comportamentos corretos” e não haja “discrepâncias decorrentes de contratos individuais negociados em contexto particular”.

Apesar disso, o tom adotado dessa vez foi de uma conciliação maior do que na carta-proposta da segunda-feira passada (9), em que houve uma série de reivindicações na questão de divisão de verbas. Fontes ouvidas pela Máquina do Esporte, porém, afirmaram que o espírito do grupo é o mesmo. Ou seja, a ideia ainda é que o time com maior remuneração receba no máximo 3,5 vezes a mais do que a equipe que tiver menor pagamento.

Outra premissa da semana passada pedia que 20% das receitas geradas pela Libra fossem distribuídos para os times da Série B, e não 15% como prevê o estatuto de criação da liga.

Há ainda um ponto de discórdia importante sobre a divisão das receitas. O estatuto da Libra, criada no último dia 3 de maio, prevê que sejam 40% igualitária, 30% por performance e 30% por engajamento, com cinco critérios: média de público nos estádios, base de assinantes de cada clube nos pacotes de streaming, seguidores nas cinco principais redes sociais, audiência na TV aberta e tamanho da torcida.

Os 26 clubes fizeram uma pequena alteração na proposta inicial, que era 50-25-25. Agora, admitem 45% igualitário, 25% por desempenho e 30% de engajamento. No entanto, pedem que esse último critério seja mais objetivo e que não sirva para estimular a desigualdade de remuneração entre as equipes.

Nota oficial

Veja abaixo a íntegra da nota oficial divulgada pelos clubes na noite desta segunda-feira (16):

Nota sobre a Liga de futebol profissional

Os Clubes signatários se reuniram na manhã de hoje e reafirmaram seu compromisso em trabalhar na criação da Liga de futebol profissional no Brasil, com o objetivo de transformá-la em uma das 3 maiores Ligas do mundo.

No entendimento destes clubes, 4 (quatro) princípios são fundamentais como pontos de partida da fundação da Liga:

  1. A Liga deve ser formada pelos 40 (quarenta) clubes que compõem atualmente as Séries A e B do Campeonato Brasileiro, permitindo a construção de um produto forte e que a comercialização coletiva maximize seu potencial econômico;
  2. A divisão das receitas coletivas deve se dar de forma objetiva, meritocrática e equilibrada, de forma que, respeitando as peculiaridades dos clubes, incentive os comportamentos corretos e não perenize discrepâncias decorrentes de contratos individuais negociados em contexto particular;
  3. A Liga deve ser formada tendo o máximo de pontos definidos de forma clara e objetiva, a fim de evitar potenciais conflitos futuros que gerem perda de valor para o produto.
  4. As normas de compliance devem existir desde a formação e devem ser claras, objetivas, rígidas e de padrão internacional.

Dito de forma simples, a Liga deve criar as condições para maximizar o tamanho da receita total e ser compartilhada de forma justa.

Os clubes signatários definiram que estarão representados por consultores especializados que deverão atuar para negociar as questões econômicas e comerciais com o interlocutor/representante do grupo de clubes que anunciou uma união sob o nome de LIBRA.

O objetivo dessa negociação entre os clubes é a criação da Liga com os 40 participantes das Séries A e B a partir de parâmetros técnicos e objetivos. As empresas nomeadas seguirão as orientações de uma comissão formada pelos Presidentes de América MG, Atletico MG, Fluminense, Fortaleza, Internacional e a ANCF – Associação Nacional de Clubes de Futebol.

América Futebol Clube

Associação Chapecoense de Futebol

Atlético Clube Goianiense

Avaí Futebol Clube

Brusque Futebol Clube

Ceará Sporting Club

Centro Sportivo Alagoano

Club Athletico Paranaense

Clube Atlético Mineiro

Clube de Regatas Brasil

Clube Náutico Capibaribe

Coritiba Foot Ball Club

Criciúma Esporte Clube

Cuiabá Esporte Clube

Esporte Clube Juventude

Fluminense Football Club

Fortaleza Esporte Clube

Goiás Esporte Clube

Grêmio Novorizontino

Londrina Esporte Clube

Operário Ferroviário Esporte Clube

Sampaio Côrrea Futebol Clube

Sport Club do Recife

Sport Club Internacional

Tombense Futebol Clube

Vila Nova Futebol Clube

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