O Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians votou por admitir que haja uma votação pelo impeachment do presidente Augusto Melo. A proposta teve apoio de 126 conselheiros, contra 114 que votaram contra. No entanto, a sessão que decidiria pelo afastamento ou não do mandatário acabou sendo suspensa, o que faz com que o imbróglio nos bastidores do clube não tenha terminado.
Antes de iniciar a segunda reunião, que faria a votação final, o presidente do CD, Romeu Tuma Jr., adversário político de Melo, optou por suspender o encontro por acreditar que não havia garantia de segurança para a sessão.
A primeira votação foi encerrada após as 23h (a previsão inicial era que todo o processo encerrasse antes das 22h). Tanto acusação como defesa concordaram com o adiamento, o que só posterga a crise na gestão do clube.
Fora do Parque São Jorge, torcedores protestavam contra o impeachment do presidente, que tem apoio da Gaviões da Fiel, principal organizada do Corinthians.
Com o adiamento, o processo que pode afastar Melo do poder continua pendente. Ainda não foi marcada nova reunião no Conselho Deliberativo para decidir sobre o assunto. O dirigente, porém, segue no cargo até que o caso seja encerrado.
Denúncia
No último domingo, uma denúncia de que os verdadeiros intermediários do acerto com a VaideBet, antiga patrocinadora máster do clube, foram excluídos do contrato final fortaleceu o movimento a favor do impeachment.
Trechos do depoimentos de Antônio Pereira dos Santos, o Toninho, que se identificou o verdadeiro intermediário do acordo, e José André da Rocha Neto, dono da VaideBet, feitos ao Ministério Público de São Paulo e à Polícia Civil foram veiculados no Fantástico, da TV Globo.
Quem acabou recebendo como suposto intermediário do acordo foi a Rede Social Media Design, de propriedade de Alex Fernando André, o Alex Casundé. O empresário chegou a receber dois pagamentos de R$ 700 mil do clube antes de o contrato ser suspenso, em junho de 2024.