A cena já virou costume em jogos na Europa: os jogadores se ajoelham no campo antes do início da partida em protesto contra o racismo. O que não é comum foi o que aconteceu no jogo entre Hungria e Inglaterra, pela Liga das Nações, em Budapeste.
Como foram punidos pela UEFA justamente por cânticos racistas de seus torcedores, os húngaros tiveram que jogar com portões fechados. Nas arquibancadas, havia apenas 30 mil crianças, que entraram gratuitamente na Puskas Arena. Dessa forma, a Hungria conseguiu driblar a punição imposta pela federação europeia e contou com apoio nas arquibancadas. Apesar disso, os jovens vaiaram o gesto dos jogadores ingleses, o que chocou o técnico Gareth Southgate, do time visitante.
“Fiquei muito surpreso. Achei que é por isso que fazemos isso, para tentar educar as pessoas ao redor do mundo”, lamentou Southgate.
“Não tenho ideia de por que vaiaram o gesto. Os jovens não sabem por que estão fazendo isso, então estão sendo influenciados por adultos mais velhos”, completou o treinador.
Sobre o regulamento de permitir que crianças menores de 14 anos fossem ao jogo sem pagar, com um adulto responsável a cada dez jovens, Southgate não quis opinar.
“A decisão da UEFA é para outras pessoas decidirem. Fizemos nosso papel como equipe. Todos sabem no que acreditamos e defendemos”, afirmou o comandante inglês.
A Hungria ganhou o jogo por 1 a 0, derrotando pela primeira vez o English Team depois de 60 anos.