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Crystal Palace tem queda da Europa League mantida após Corte Arbitral ver “influência decisiva” de John Textor

Time da Premier League terá que disputar a Conference League após punição da Uefa por regras multiclubes

Selhurst Park Stadium, em Londres, foi inaugurado em 1924 e recebe jogos do Crystal Palace - Divulgação

O Crystal Palace será mesmo “rebaixado” da Europa League. A Corte Arbitral do Esporte (CAS) recusou o recurso do clube inglês contra a Uefa após identificar que John Textor tinha influência decisiva sobre a diretoria da equipe.

O time da Premier League conquistou uma vaga na Europa League após vencer a FA Cup pela primeira vez na história. O Crystal Palace, porém, foi excluído da competição e “rebaixado” para a Conference League por conta das regras multiclubes da Uefa.

A entidade reguladora do futebol europeu proíbe que clubes de mesmo dono disputem as mesmas competições europeias. O Crystal Palace pertence a John Textor, assim como o Lyon, que também se classificou para a Europa League após terminar na 6ª colocação da Ligue 1.

Processo

Diante do “rebaixamento”, os ingleses recorreram à Corte Arbitral com a intenção de provar que Textor não teria influência suficiente no clube para, assim, deixá-lo fora das regras e impedir a admissão de Lyon ou Nottingham Forest, que herdou a vaga na Europa League.

A Corte Arbitral do Esporte deferiu a solicitação ao interpretar que John Textor tinha ações e “era membro do Conselho de Administração, com influência decisiva sobre ambos, Crystal Palace e Lyon”.

“Parece que certos clubes, organizações e indivíduos têm privilégios e poderes únicos. Estruturas multiclubes se escondem atrás da farsa de um ‘trust cego’, enquanto clubes como o nosso, que não têm qualquer ligação com outro clube, são impedidos de jogar na mesma competição”, protestou o Crystal Palace, por meio de uma nota oficial.

“Embora respeitemos os membros do tribunal do CAS, o processo foi criado para restringir severamente e, no nosso caso, tornar quase impossível receber uma audiência justa”, acrescentou o clube.

O órgão também rejeitou o argumento utilizado pelo Crystal Palace de que teria recebido tratamento injusto em comparação com Nottingham Forest e Lyon. O CAS considerou que os regulamentos da Uefa são claros e não oferecem flexibilidade aos clubes que não estão em conformidade na data da avaliação.

John Textor vendeu, em junho, 43% da participação que detinha no Crystal Palace. Na data da avaliação da Uefa, porém, o acordo de até US$ 254 milhões com o empresário Woody Johnson ainda não havia sido concluído.

Textor

A exclusão do Crystal Palace da Europa League se soma a outros problemas envolvendo John Textor no futebol mundial. O empresário norte-americano, que também é dono de Lyon e Botafogo, tem passado por dificuldades com suas propriedades.

Recentemente, o Lyon passou perto de ser rebaixado para a Ligue 2 por problemas financeiros. A decisão foi revertida dias depois, mas culminou na saída de Textor como presidente do clube.

No Brasil, John Textor também passa por uma disputa societária entre sua empresa, a Eagle Football Holdings, e a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo.