Dirigente da LaLiga prega que liga brasileira gerará mais negócios internacionais

Octavi Anoro, diretor internacional da LaLiga, durante palestra no Sports Summit - Adalberto Leister Filho / Máquina do Esporte

A LaLiga é mais uma das entidades esportivas que acompanham as discussões em torno da formação da liga brasileira de clubes. Para Octavi Anoro, diretor internacional da entidade, uma liga unificada terá impacto na indústria esportiva no Brasil como um todo, melhorando inclusive os negócios da liga espanhola no país.

“Na LaLiga, entendemos que uma liga local forte ajuda o mercado. Queremos ligas nacionais fortes porque entendemos que podemos ser a segunda liga local”, afirmou o dirigente, que ainda reiterou não poder fazer uma recomendação sobre o processo que está acontecendo no Brasil porque cada realidade local tem suas especificidades.

No entanto, Anoro contou como foi o processo de formação e consolidação da liga espanhola. Na Espanha, como no Brasil, há dois clubes dominantes: Barcelona e Real Madrid.

Para que o negócio da LaLiga pudesse crescer, foi necessário mostrar aos dois gigantes que o fortalecimento da competição não os prejudicaria, mas sim faria o mercado como um todo crescer em ritmo mais acelerado.

“Na Espanha, temos sorte de contar com dois dos clubes mais potentes do mundo, Barcelona e Real Madrid, que estão em um nível de negócios distinto em relação aos outros times da Espanha”, destacou o dirigente, que deu palestra sobre fortalecimento da marca da LaLiga durante o Sports Summit, em São Paulo (SP).

“Entendemos que temos 42 clubes, não só Barcelona e Real Madrid. Acreditamos em trabalhar de forma unificada, para criar um produto muito sólido. Não queremos fazer com que Barcelona e Real Madrid ganhem menos. Queremos que eles continuem crescendo. Mas queremos que outros clubes também cresçam”, ponderou Anoro.

Unificação

Para o dirigente, uma estratégia essencial para o fortalecimento da liga brasileira será a negociação dos direitos comerciais de maneira unificada.

“Consideremos que é necessário centralizar os direitos audiovisuais, pensar de forma coletiva”

Octavi Anoro, diretor internacional da LaLiga

“Isso irá multiplicar sua arrecadação. É preciso construir um produto digital, adaptado aos novos tempos, com o potencial esportivo que há no Brasil, que lidera o esporte sul-americano nos últimos tempos”, acrescentou o executivo.

No Brasil, houve a formação de dois grupos que discutem a estruturação de uma liga nacional de futebol. De um lado está a Liga de Futebol Brasileiro (Libra), que conta com a adesão de 18 clubes, sendo 11 da Série A e sete da Série B do Brasileirão. Já a Liga Forte Futebol (LFF) tem a adesão de 26 equipes, 9 da primeira divisão, 12 da segundona e cinco da Série C. Ainda não houve entendimento para unificar os dois grupos.

Para Anoro, caso os clubes brasileiros consigam negociar de forma coletiva, a liga nacional tem potencial de crescimento acelerado para os próximos anos.

“A parte esportiva reforçada com a parte de negócios potente e bem estruturada irá criar um coquetel explosivo que potencializará a liga brasileira como uma das melhores do mundo”, analisou o espanhol.

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