A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, foi a entrevistada da edição deste domingo (4) do CNN Esportes S/A, comandado pelo apresentador João Vítor Xavier, na CNN Brasil. Durante sua participação no programa, a dirigente abordou alguns temas polêmicos, como a disputa com a Real Arenas, empresa da WTorre responsável pela gestão do Allianz Parque, situação que se tornou caso de polícia na última semana.
“O torcedor precisa saber que o Palmeiras não recebe absolutamente nada”, afirmou Leila.
Na última terça-feira (30), a Polícia Civil instaurou um inquérito criminal, com o objetivo de apurar a dívida de R$ 128 milhões, referente a valores não repassados pela empresa ao clube desde 2015.
O time alviverde acusa a Real Arenas de apropriação indébita e associação criminosa. O débito está sendo cobrado na 29ª Vara Cível da Comarca de São Paulo. O Palmeiras afirma que a empresa desrespeita “reiterada e insistentemente, de forma unilateral, o contrato firmado entre as partes, causando enorme prejuízo financeiro ao clube”.
Também no dia 30 de maio, a Real Arenas divulgou uma nota alegando não ter conhecimento do inquérito policial e atacou a cartola palmeirense.
“A dirigente tem desrespeitado de forma reiterada as decisões do Tribunal de Arbitragem, que tramita sob sigilo, e tenta atingir de forma injustificável a reputação da empresa parceira da SEP [sigla de Sociedade Esportiva Palmeiras]. Esse novo e despropositado ataque não condiz com a gestão séria da Real Arenas, que investiu na construção do Allianz Parque, reconhecida como melhor arena da América Latina”, declarou a gestora do estádio.
Libra
Outro ponto polêmico da participação da presidente do Palmeiras no CNN Esportes S/A envolveu a Liga do Futebol Brasileiro (Libra). Leila Pereira voltou a criticar publicamente o mandatário do Flamengo, Rodolfo Landim.
Os dois dirigentes divergem por conta das regras de votação para divisão dos recursos dos direitos de transmissão. Em abril deste ano, Leila Pereira já havia criticado Landim publicamente por não abrir mão dos privilégios do time carioca.
Na entrevista à CNN, ela afirmou que o dirigente só pensa no próprio clube, não quer fazer concessões e não tem ajudado nas negociações para que a liga saia do papel.
“Eu quero que o Palmeiras dispute com clubes saudáveis. Já passou da hora de colocarmos em prática nossa liga. Essas reuniões duram duas, três horas. Você sai da reunião e não lembra o que foi falado no começo”, afirmou a presidente do Palmeiras, que defende um modelo que garanta saúde financeira aos demais clubes.
Debandada na Libra
As novas críticas de Leila Pereira ao presidente do Flamengo ocorrem no momento em que a Libra atravessa uma crise, com a debandada de membros importantes. Neste sábado (3), a entidade foi sacudida por uma bomba, com a notícia de que Vasco, Cruzeiro e Botafogo, três times que se tornaram Sociedade Anônima do Futebol (SAF) recentemente, deverão deixar o grupo, que é formado por 18 times, sendo 11 da Série A e 7 da Série B do Brasileirão.
Por enquanto, os três clubes ainda não aderiram ao agrupamento rival, a Liga Forte Futebol (LFF), que é formada por 26 times, dos quais 9 são da primeira divisão, 12 disputam a Série B e 5 estão na Série C. Neste primeiro momento, a tendência é que eles negociem seus direitos de transmissão de maneira independente, segundo apurou a Máquina do Esporte.
Um fato curioso sobre os clubes que deixaram a Libra é que a XP Investimentos, que intermediou as vendas da SAF do Cruzeiro a Ronaldo Fenômeno e do Botafogo à Eagle Football Holdings, do norte-americano John Textor, também é parceira do Forte Futebol e inclusive propôs, nesta semana, dar um adiantamento de R$ 350 mil aos clubes que fazem parte da LFF para assinarem um contrato de venda de direitos comerciais da futura liga à Serengeti.