Com passagens por times como Atlético-MG, Internacional, Corinthians e Fluminense, o centroavante Rafael Moura, que está com 39 anos, viu no beach tennis a oportunidade de se tornar um empreendedor na modalidade e estender a carreira esportiva.
“Hoje, sou representante de uma marca de material esportivo de beach tennis, a Heroe’s, e também tenho minha empresa, a RM Sports and Business, em que passo toda minha expertise, monto e ajudo no planejamento de academias, no marketing e na organização de torneios”, contou o atacante, em entrevista à Máquina do Esporte.
O ex-jogador, apelidado de He-Man pelos torcedores por causa do cabelo loiro e do físico avantajado, também é coordenador das categorias de base de beach tennis da Federação Mineira.
“Faço mais representação em Belo Horizonte, que é onde estou morando atualmente, mas trabalho no Brasil inteiro”, afirmou o ex-jogador de futebol e atual beach tenista.
Nova modalidade
A descoberta do esporte aconteceu nas férias de 2013, quando ainda atuava nos gramados e viajou a Trancoso e Porto Seguro, na Bahia.
“Trouxe quatro raquetes e uma rede para o meu sítio, que já tinha quadra de futevôlei, e adaptei para o beach tennis. Então, a minha família já praticava como uma forma de lazer”, contou Rafael.
O esporte se tornou mais sério já no final da carreira. Rafael Moura se mudou para o Rio de Janeiro para defender o Botafogo e, em frente à casa em que morava, ficava uma academia de beach tennis onde davam aula a italiana Flamínia Daina, atual sexta colocada do ranking mundial, e a brasileira Joana Cortez, uma das pioneiras da modalidade no país.
“Minha esposa começou a fazer aula, e eu ia assistir. E foram me convidando para treinar cada vez mais. Quando me aposentei, em dezembro de 2020, houve o convite para que eu continuasse os treinamentos e me tornasse atleta profissional”, revelou o jogador.
Nova carreira
Três meses depois, em março de 2021, Rafael Moura já participava de seu primeiro torneio oficial de beach tennis. O ex-atacante, que é o atual 226º colocado do ranking mundial, pegou tanto gosto pela modalidade que já traça metas de desempenho.
“Meu objetivo principal seria entrar como Top 100 do mundo. Estou treinando e participando de competições para isso. Depois do Top 100, vou tentar baixar, mas aí sem nenhuma meta porque começa a ficar muito difícil. Seria um sonho entrar no Top 50”
Rafael Moura, ex-centroavante e atual beach tenista profissional
O atleta contou que desde os tempos de jogador de futebol sempre se cuidou muito. Não bebia, fugia de noitadas e nunca deixou de lado a preparação física, mesmo nas férias. Por isso, acredita que possa estender a carreira esportiva por mais alguns anos no beach tennis.
“Temos atletas de até 45 anos. Se não me engano, o Calbucci, que foi o número um do mundo por vários anos, tem essa idade. Fisicamente estou muito bem. Consigo acompanhar. Não tem disputa física igual ao futebol. É cada um na sua quadra”, comparou Rafael Moura, referindo-se ao italiano Alessandro Calbucci, de 43 anos, lenda da modalidade, que é o atual 151º colocado do ranking mundial.