Nove anos após Neymar se transferir do Santos para o Barcelona, a possíveis irregularidades na mudança de clube serão julgadas pela Justiça da Espanha em outubro. O brasileiro, hoje no PSG, é acusado de fraude e corrupção em julgamento marcado para começar no dia 17 de outubro, próximo à Copa do Mundo do Catar 2022.
Dois ex-presidentes do Barcelona, Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell, assim como os pais de Neymar, enfrentam as mesmas acusações, segundo a imprensa espanhola. Todos os envolvidos no caso negam que houve irregularidade.
O caso decorre de uma reclamação do Grupo DIS, que tinha parte dos direitos de transferência de Neymar e alega que tinha direito a 40% da taxa de transferência do atacante em 2013, mas que recebeu muito menos. A DIS afirma que Barcelona e Neymar uniram forças para esconder o valor real da transferência.
Litígio com Barcelona
Há um ano, o Barcelona chegou a um acordo extrajudicial com o brasileiro em torno de sua transferência de € 222 milhões para o PSG, em 2017. O caso estava relacionado ao que Neymar alegou serem bônus não pagos como parte de um contrato que ele assinou com o clube da Catalunha em outubro de 2016, antes da transferência para o time francês.
A disputa legal se arrastou por muitos anos, com um juiz de Barcelona tendo chegado à decisão de que o brasileiro precisaria pagar € 6,7 milhões ao time espanhol.
Habeas corpus no Brasil
Na quinta-feira (28), Neymar obteve vitória judicial em outro processo que corria no Brasil. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) concedeu habeas corpus para suspender procedimento criminal e a investigação do Ministério Público Federal (MPF) contra o jogador por suposto crime contra a Receita Federal.
Em 2015, a Receita Federal havia multado o atacante da seleção brasileira em R$ 188 milhões em processo que investigava sonegação fiscal. Naquele ano, a Justiça chegou a bloquear, a pedido da Receita Federal, alguns bens de Neymar. Em 2017, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) teria reduzido a multa para R$ 8 milhões.
Segundo o escritório Davi Tangerino Advogados, que fez a defesa de Neymar no processo, “não havia mínima certeza quanto à existência de um fato criminoso (justa causa), tampouco possibilidade de o MPF buscar uma condenação (interesse de agir)”.